O Ministério da Defesa alemão está a preparar-se para um ataque russo contra o flanco oriental da NATO, possivelmente no verão de 2025. Contudo, e segundo documentos das Forças Armadas Alemãs, a escalada poderá ocorrer já este ano, em fevereiro.
Segundo um documento a que o jornal alemão Bild teve acesso, o Ministério da Defesa daquele país detalhou, mês a mês, as ações da Rússia e do Ocidente, que culminarão com a mobilização de centenas de milhares de soldados da NATO e o brotar de uma guerra, no verão de 2025.
Este cenário tem início já em fevereiro, com a Rússia a recrutar mais 200 mil soldados. Depois de uma ofensiva contra a Ucrânia, na primavera, o organismo equacionou que a Rússia conseguirá expulsar o exército ucraniano em junho, abrindo as portas para um ataque contra o Ocidente, em julho. Os Estados Bálticos deverão ser os mais afetados, estando sujeitos a ataques cibernéticos e outras formas de guerra híbrida, de acordo com o mesmo meio.
Com o escalar dos ataques, prevê-se que a Rússia inicie exercícios militares tanto no seu território, como na Bielorrússia, o que se poderá agravar em outubro, caso o regime do presidente russo, Vladimir Putin, envie tropas e mísseis de médio alcance para Kaliningrado.
Já a partir de dezembro de 2024, a Alemanha equacionou a possibilidade de ocorrer um conflito fronteiriço com “várias vítimas”, perto do corredor de Suwalki, que liga a Bielorrússia e Kaliningrado.
Na sequência destes desenvolvimentos, o documento prevê que a Rússia acusará o Ocidente de preparar um ataque, durante uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Depois, e com o apoio da Bielorrússia, o Kremlin poderá repetir a investida de 2014 contra a Ucrânia, mas em território da NATO, durante o período de transição que se seguirá às eleições presidenciais norte-americanas.
Será em maio que o organismo decidirá as medidas a tomar e, no ‘Dia D’, destacará 300 mil militares para o flanco oriental, incluindo 30 mil soldados das forças alemãs.
Este cenário termina 30 dias após o ‘Dia D’, deixando o desfecho em aberto.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste ucraniano e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
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