"Fase intensiva" das operações termina no norte de Gaza, anuncia Israel

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, anunciou hoje o fim da "fase intensiva" da guerra no norte da Faixa de Gaza e adiantou que também terminará em breve na área de Khan Yunis, onde se concentram os combates no sul do enclave.

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© Israeli Defense Minister/Anadolu via Getty Images

Lusa
15/01/2024 20:51 ‧ 15/01/2024 por Lusa

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Israel

Gallant explicou que as tropas estão a promover operações de menor intensidade na Faixa de Gaza "após derrotar todos os batalhões do Hamas" na zona, e no dia em que o Exército israelita anunciava a retirada de uma das divisões que invadiram o enclave, onde ainda permanecem três.

"Tínhamos referido claramente que a etapa intensiva da ofensiva se prolongaria aproximadamente por três meses. No sul da Faixa de Gaza a fase intensiva terminará em breve", avançou Gallant em conferência de imprensa, numa referência à batalha de Khan Yunis, bastião do Hamas no sul, mas sem fornecer uma data exata.

O ministro indicou que as tropas israelitas em Khan Yunis estão focadas em detetar "a cabeça da serpente", numa alusão à liderança do Hamas, que julga permanecer nos túneis subterrâneos da cidade.

Israel elegeu como prioridade a deteção e eliminação do líder do movimento islamita Hamas no enclave, Yahya Sinwar, e do chefe da sua ala militar, Mohamed Deif, considerados os mentores do ataque de 07 de outubro em território israelita em 07 de outubro.

"Também cortámos as estradas que conduzem a Rafah por cima e por debaixo da terra", indicou Gallant, numa referência à interrupção das comunicações entre Khan Yunis e Rafah, no extremo sul do enclave, aparentemente para evitar a fuga dos líderes do Hamas.

No norte da Faixa, onde o Exército israelita reivindica o controlo militar quase completo, o ministro disse que as tropas se ocupam agora de operações de "baixa intensidade para localizar os restantes locais do Hamas e matar ou capturar os últimos membros do grupo terrorista".

As declarações do ministro coincidem com o anúncio do Exército israelita sobre a retirada do terreno da 36ª divisão para um período de recuperação e treino, no âmbito da estratégia israelita de longo prazo contra o Hamas, e que também inclui um reforço da presença militar na Cisjordânia ocupada, onde a violência das tropas e dos colonos tem vindo a aumentar.

Previamente, Gallant, tinha referido que os palestinianos "vão governar" a Faixa de Gaza após a guerra, quando o movimento islamita palestiniano Hamas "nunca mais ameaçar" Israel.

"Os palestinianos vivem" na Faixa de Gaza, "em consequência, os palestinianos vão governá-la no futuro. O futuro governo de Gaza deve ser proveniente da Faixa de Gaza e baseado nas forças que não ameaçam o Estado de Israel", disse Yoav Gallant.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 24.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 60 mil, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 07 de outubro, pelo menos 350 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.

Leia Também: Israel denuncia utilização de reféns após Hamas anunciar dois mortos

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