O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, afirmou, na quinta-feira, que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "nunca" ameaçou usar uma bomba nuclear, "ao contrário" do Ocidente.
Esta declaração foi feita na sua conferência de imprensa anual sobre os resultados da diplomacia russa, nesta caso, dedicada ao ano de 2023, numa altura em que Lavrov foi interrogado sobre se o mundo estava a caminho da crise dos mísseis de Cuba de 1962, um confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética relacionado com a implantação de mísseis balísticos soviéticos em Cuba.
"Se os responsáveis políticos do Ocidente pudessem falar de forma autónoma, penso que a situação seria diferente, mas estão todos alinhados. Foram colocados na linha pelos americanos, mas também, em grande medida, pelos britânicos. Dei exemplos de como Londres está literalmente a incitar Zelensky a bombardear qualquer sítio em qualquer parte da Federação Russa", disse Lavrov, citado pela agência estatal russa TASS.
"Seria interessante dar uma olhadela nas cabeças destas pessoas. Gostaria de ver: São uns desordeiros ou acham que vamos ficar de joelhos?", interrogou.
Assim, atirou: "Tudo o que dizem é que Putin está a ameaçar usar uma bomba nuclear, apesar de tal nunca ter sido dito, ao contrário dos europeus ou dos americanos".
A Rússia iniciou uma invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, espoletando um conflito armado que, segundo os dados das Nações Unidas, já vitimou mais de 10 mil civis. O Ocidente tem apoiado fortemente Kyiv, fornecendo apoio financeiro e militar.
Note-se que, ao longo da guerra e face a este apoio, Moscovo tem deixado no ar uma ameaça nuclear, tendo, inclusivamente, instalado armas nucleares táticas na Bielorrússia, Além disso, o próprio Sergei Lavrov afirmou, em agosto do ano passado, que o uso de armas nucleares é visto como a "única resposta possível" a "algumas ameaças externas significativas à segurança" da Rússia.
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