Presidente do Uganda assume liderança do Movimento dos Não Alinhados
O presidente ugandês recebeu hoje a liderança rotativa do Movimento dos Não Alinhados (MNA) na 19.ª Cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, em Kampala, sucedendo ao azeri Ilham Aliyev, no cargo desde 2019.
© Reuters
Mundo Uganda
"O mundo deve concentrar-se nos problemas comuns das pessoas, na prosperidade através do comércio, nos avanços tecnológicos, no ambiente e na luta contra o crime e o terrorismo. O futuro é brilhante se agirmos de uma forma brilhante", disse Yoweri Museveni no primeiro discurso como líder do MNA na cerimónia de abertura da cimeira.
O Presidente ugandês apelou à unidade da organização para evitar cair nos mesmos erros cometidos pelos dirigentes dos povos de África durante a colonização europeia, cujo "egoísmo" não lhes permitiu unir-se para lutar em conjunto.
"Com fanfarronice, os europeus utilizaram o poder da sua tecnologia para oprimir o resto da Humanidade", disse o Presidente ugandês, que intervinha no Centro de Convenções Speke, junto ao lago Vitória, que acolhe a cimeira.
Antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, em representação do Presidente Ilham Aliyev, entregou a presidência do MNA a Museveni.
Na cimeira, que termina sábado, estão presentes 24 chefes de Estado e de Governo, principalmente de África.
Estão ainda presentes o vice-Presidente de Cuba, Salvador Valdés, e os ministros dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Álvaro Leyva; da Venezuela, Yván Gil; da Nicarágua, Denis Moncada; e da Bolívia, Celinda Sosa, entre outros.
O MNA - uma das maiores organizações de Estados do mundo - integra 53 países de África, 39 da Ásia, 26 da América Latina e Caraíbas e dois da Europa.
Museveni, que preside ao Uganda desde que venceu uma guerra civil em 1986, é um dos chefes de Estado há mais tempo em funções em África, no poder desde 1986.
Na agenda da 19.ª cimeira do MNA, sob o tema "Aprofundar a Cooperação para uma Riqueza Global Partilhada". está a segurança global, a luta contra o terrorismo, as migrações e as crises humanitárias na agenda dos dois dias de trabalhos.
O objetivo é melhorar a cooperação dos Estados-membros face às crises internacionais, com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável a dominar os trabalhos.
O MNA, fundado em Belgrado em 1961, no auge da "guerra fria", tem como objetivo principal promover a paz, a independência e a autodeterminação entre seus países membros.
A maioria dos países membros é da África, do sul e do sudeste da Ásia e do noroeste da América do Sul e os 120 Estados juntos compreendem cerca de 4,64 mil milhões de pessoas, ou seja cerca de 58,35% da população mundial.
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