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Brasil reforça "princípio de uma só China" após eleições em Taiwan

O ministro das Relações Exteriores do Brasil reforçou hoje o "princípio de uma só China", ao lado do seu homólogo chinês, que agradeceu o gesto, uma semana depois das eleições presidenciais em Taiwan.

Brasil reforça "princípio de uma só China" após eleições em Taiwan
Notícias ao Minuto

16:56 - 19/01/24 por Lusa

Mundo Brasil

"Reforçamos o princípio de uma só China", afirmou Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty, ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, que se encontra em visita oficial ao Brasil desde quinta-feira.

"A parte chinesa demonstra apreço a isso", agradeceu Wang Yi.

O chefe da diplomacia brasileira prosseguiu com os elogios ao maior parceiro comercial, afirmando que os dois países compartilham interesses e visões do mundo, e recordou que o Brasil já em abril de 2022 tinha frisado que "Taiwan é uma parte inseparável do território chinês", numa declaração conjunta entre os dois países durante a viagem oficial do Presidente brasileiro, Lula da Silva, a Pequim.

"A parte brasileira reiterou que adere firmemente ao princípio de uma só China, e que o Governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês. Ao reafirmar o princípio da integridade territorial dos estados, apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan", lê-se na declaração conjunta de abril de 2022.

William Lai, até agora vice-presidente de Taiwan e considerado um agitador por Pequim, venceu as eleições de sábado com 40,05% dos votos.

O Presidente eleito de Taiwan afirmou que estas eleições demonstraram à comunidade internacional que, entre "a democracia e o autoritarismo", os taiwaneses escolheram ficar "do lado da democracia".

Taiwan, para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil, é governada de forma autónoma desde 1949. 

No entanto, a China reivindica a soberania da ilha, que considera uma província rebelde, mantendo-se ao longo das décadas a tensão associada à ideia de que pode recorrer à força caso a ilha declare a independência.

Mauro Vieira recordou ainda que 2024 marca o 50.º aniversário da fundação das relações diplomáticas entre os dois países, com um "dinamismo sino-brasileiro que é também expressão de um novo mundo em construção" de dois países que são os "maiores nos seus hemisférios".

Na reunião de hoje foram discutidas as "crises da Ucrânia e faixa de Gaza e como Brasil e China podem contribuir para esses graves conflitos", disse, referindo-se aos dois conflitos cujos dois países têm ideias diplomáticas semelhantes.

Wang Yi, que ainda viajará ao estado de Fortaleza hoje para se encontrar com Lula da Silva, sublinhou que os dois países vão "dar continuidade aos êxitos do passado" e que ambos estão cientes da nossa responsabilidade em "promover a paz e desenvolvimento do mundo".

Áreas como a agricultura, minério, aerospacial, economia verde e economia digital terão um reforço nos próximos anos, disse, recordando ainda que a China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro.

Em 2023, o comércio bilateral com a China atingiu um recorde de 157,5 mil milhões de dólares (145 mil milhões de euros), com exportações brasileiras de 104,3 mil milhões de dólares (96 mil milhões de euros) e importações de 53,2 mil milhões de dólares (49 mil milhões de euros), o que resultou num excedente brasileiro de 51,1 mil milhões de dólares (47 mil milhões de euros).

No ano passado, as transações com a China foram responsáveis por cerca de 52% do excedente comercial total brasileiro.

Leia Também: Moçambique e Brasil na lista de 50 países ou territórios mais violentos

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