O protesto, sob chuva intensa, decorreu na praça Sabeen, na periferia sul da capital, Saná, de acordo com imagens transmitidas pela televisão Al Masira, porta-voz dos Hutis.
A decisão de Washington, anunciada na passada quarta-feira, ocorreu dias após a campanha de bombardeamentos dos Estados Unidos e Reino Unido contra objetivos militares dos Hutis, em resposta a diversos ataques da formação xiita contra navios vinculados a Israel no mar Vermelho e no estreito de Bab al Mandeb.
Os apoiantes dos Hutis, com muitos a cerrarem o punho, a exibirem punhais ou armas, ecoaram o lema do movimento "Morte aos Estados Unidos. Morte a Israel", e exibiram cartazes que denunciavam a decisão norte-americana.
"Os Estados Unidos são a mãe do terrorismo", indicavam alguns cartazes, enquanto outros prometiam permanecer "Firmes com a Palestina", indicou a agência noticiosa Efe.
"Como nos qualificam de terroristas quando são eles próprios a fonte do terrorismo, a mãe do terrorismo, juntamente com Israel e o Reino Unido? Este é o trio do mal no mundo, sem eles o mundo estaria em paz", opinou um professor de árabe, escutado pela Efe.
A designação de entidade "terrorista global" entrará em vigor no próximo dia 16 de fevereiro, com a possibilidade de suspensão da decisão caso os Hutis terminem os seus ataques, algo muito improvável.
Na noite passada, os Hutis reivindicaram outro ataque contra um navio norte-americano, o terceiro no decurso desta semana.
Os Estados Unidos indicaram pretender que as sanções associadas a esta medida não afetem de forma direta a população civil, ao classificarem o grupo de "Terrorista Global Especificamente Designado" (SDGT na sigla em inglês) ao contrário de "Organização Terrorista Estrangeira" (FTO na sigla em inglês), e que implica sanções menos pesadas.
Segundo a ONU, o Iémen confronta-se com uma das mais graves crises humanitárias do mundo, com 21,6 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária urgente, incluindo o acesso aos serviços básicos.
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