Biden e Netanyahu - cuja relação pessoal tem sido visivelmente difícil - discutiram "os mais recentes acontecimentos em Gaza e em Israel", de acordo com a Casa Branca, que promete divulgar um relatório desta conversa.
Na quinta-feira, Benjamin Netanyahu rejeitou uma exigência recorrente de Joe Biden, nomeadamente a coexistência, no futuro, do Estado de Israel com um Estado palestiniano.
"Israel deve ter o controlo da segurança sobre todo o território localizado a oeste da Jordânia. Essa é uma condição necessária, que está em contradição com a ideia de soberania palestiniana", disse então o primeiro-ministro israelita, explicando que já tinha transmitido essa ideia a Washington.
A posição de Israel não é novidade, mas estas observações, e a forma como foram formuladas, puseram mais uma vez em evidência as diferenças entre os Estados Unidos e o seu aliado.
"Obviamente vemos as coisas de forma diferente", disse em resposta o porta-voz do conselho de Segurança Nacional, John Kirby.
Os Estados Unidos têm exercido uma forte pressão sobre Israel, de quem é o principal apoio diplomático e militar, tanto no que diz respeito à condução da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro, como no que diz respeito às perspetivas a longo prazo, após o conflito.
A anterior conversa telefónica entre os dois líderes ocorreu no dia 23 de dezembro e foi particularmente tensa, segundo a imprensa norte-americana.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas cerca de 25.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 60.000, também maioritariamente civis.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 07 de outubro, pelo menos 365 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.
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