Borrell satiriza "fórmula mágica" de Trump para acabar guerra em 24 horas

O chefe da diplomacia europeia satirizou hoje a promessa de Donald Trump de que acabaria com a guerra na Ucrânia em 24 horas e disse que esperava que o antigo Presidente norte-americano partilhasse a "fórmula mágica".

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© JOHN THYS/AFP via Getty Images

Lusa
22/01/2024 18:26 ‧ 22/01/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Eu pensava que os milagres eram apenas em Lourdes [local de culto católico em França]. Francamente, não consigo encontrar uma fórmula mágica para resolver o problema em 24 horas", respondeu o alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, depois de ser questionado, em conferência de imprensa em Bruxelas, sobre as declarações feitas por Trump no domingo.

Com um sorriso no rosto, o chefe da diplomacia europeia disse esperar que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, "já tenha convidado o Presidente Trump para ir a Kiev para rapidamente encontrar a solução, já que os que mais querem a paz e que a guerra acabe são os ucranianos".

"Tenho a certeza de que estão encantados com a ideia de Trump lhes dar a fórmula mágica para acabar com a guerra em 24 horas", satirizou Josep Borrell.

No domingo, durante um comício para as primárias republicanas, que antecedem as eleições presidenciais nos Estados Unidos em novembro, Donald Trump, antigo chefe de Estado norte-americano e líder da corrida republicana à Casa Branca, disse que acabaria com o conflito na Ucrânia num dia.

"Dentro de 24 horas a guerra estará resolvida, a guerra acabará", perspetivou Trump, colando a sua reeleição à resolução do conflito em tempo recorde.

Zelensky considerou as declarações do antigo Presidente dos Estados Unidos da América, que tem assumido posições próximas das do líder russo Vladimir Putin, como "muito perigosas", uma vez que o conflito que começou há praticamente dois anos não tem fim à vista.

O Presidente ucraniano admitiu que as palavras de Trump são apenas propaganda eleitoral e apelidou de "mensagem política" a promessa feita sobre a invasão em larga escala no território ucraniano.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

Leia Também: "Não podia ser pior". Borrell rejeita paz "por meios militares" em Gaza

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