Juntamente com a Hungria, a Turquia é o último membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) que continua a bloquear a entrada da Suécia na Aliança Atlântica, à qual o país nórdico se tem batido desde maio de 2022.
Devlet Bahçeli, o principal aliado do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, graças ao qual o chefe de Estado dispõe de uma maioria absoluta no Parlamento, garantiu que os seus deputados votarão a favor da adesão da Suécia, o que faz prever um resultado favorável.
Paralelamente, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, convidou hoje o homólogo sueco a deslocar-se a Budapeste para tentar resolver as suas divergências. Em resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco disse que Estocolmo não tem "qualquer razão" para negociar com a Hungria.
Para satisfazer as exigências de Ancara, a Suécia reformou a Constituição e aprovou uma nova lei antiterrorismo, com a Turquia a acusar a Suécia de ser indulgente para com os militantes curdos que se refugiaram no seu território, alguns dos quais Ancara considera terroristas.
Após a ratificação pela Turquia, a Hungria permanecerá como o último obstáculo ao processo de adesão, que a Suécia e a vizinha Finlândia decidiram iniciar em reposta à invasão da Ucrânia pela Rússia há cerca de dois anos.
A candidatura da Suécia foi aprovada em dezembro na Comissão dos Negócios Estrangeiros do parlamento turco, mas o voto em sessão plenária foi mantido em suspenso.
A Turquia, juntamente com a Hungria, é o último Estado membros da Aliança Atlântica a impedir o acesso pleno da Suécia, multiplicando exigências e pretextos para justificar a sua posição.
A Suécia apresentou a sua candidatura em simultâneo com a Finlândia, admitida no passado mês de abril.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, manteve objeções desde o início do processo devido à suposta inação de Estocolmo face a diversos grupos curdos, que Ancara define como "terroristas".
No início de dezembro, Erdogan acrescentou como condição à ratificação de Ancara a aprovação "simultânea" pelo Congresso norte-americano da venda de aviões de caça F-16 à Turquia na perspetiva da modernização da sua Força Aérea.
O Governo norte-americano não se opõe a esta venda, mas o Congresso bloqueou a decisão até ao momento por motivos políticos, em particular as tensões com a Grécia, também membro da organização militar ocidental, e que implicou uma recente reaproximação entre Ancara e Atenas.
Em dezembro, Erdogan manteve um contacto telefónico com o Presidente norte-americano Joe Biden, que lhe terá transmitido a disponibilidade em obter a necessária aprovação pelo Congresso em caso de ratificação da adesão da Suécia à NATO.
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