Kyiv diz não ter "informações fiáveis" sobre passageiros de avião abatido

Os serviços secretos militares ucranianos (GUR) afirmaram não ter "informações fiáveis" sobre os passageiros do avião russo hoje abatido, que transportava, segundo Moscovo, 65 prisioneiros ucranianos, embora confirmando que estava prevista uma troca para hoje.

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© STRINGER/AFP via Getty Images

Lusa
24/01/2024 16:37 ‧ 24/01/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Não dispomos, neste momento, de informações fiáveis e completas sobre as pessoas que se encontravam a bordo do avião ou sobre o seu número", indicou o GUR.

"Estava prevista uma troca de prisioneiros para hoje, mas não se realizou", acrescentou, referindo que a Ucrânia "não foi informada" da necessidade de garantir a segurança do espaço aéreo na zona de Belgorod-Kharkiv, onde o avião se despenhou.

Embora sem confirmar a presença de prisioneiros ucranianos a bordo da aeronave, o GUR criticou Moscovo por pôr em risco a sua segurança.

A Ucrânia não tinha conhecimento sobre "o número de veículos, a rota e o modo de transporte dos prisioneiros", afirmaram os serviços secretos militares ucranianos.

"Isto pode ser um exemplo de ações deliberadas da Rússia destinadas a pôr em perigo a vida e a segurança dos prisioneiros", comentou.

Pouco antes, o Exército ucraniano tinha afirmado que continuará a atacar a região de Belgorod e a aviação militar russa para se proteger dos bombardeamentos, após a queda do avião de transporte Il-76 perto da fronteira com a Ucrânia.

Num comunicado divulgado algumas horas após o despenhamento da aeronave russa, mas que não lhe faz qualquer referência, o Exército ucraniano prometeu continuar a "destruir os aparelhos de abastecimento e controlar o espaço aéreo para eliminar a ameaça terrorista, incluindo na zona de Belgorod-Kharkiv", a fim de combater os ataques russos à Ucrânia.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

[Notícia atualizada às 17h32]

Leia Também: Avião russo com 65 prisioneiros despenha-se junto à fronteira com Ucrânia

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