"Não dispomos, neste momento, de informações fiáveis e completas sobre as pessoas que se encontravam a bordo do avião ou sobre o seu número", indicou o GUR.
"Estava prevista uma troca de prisioneiros para hoje, mas não se realizou", acrescentou, referindo que a Ucrânia "não foi informada" da necessidade de garantir a segurança do espaço aéreo na zona de Belgorod-Kharkiv, onde o avião se despenhou.
Embora sem confirmar a presença de prisioneiros ucranianos a bordo da aeronave, o GUR criticou Moscovo por pôr em risco a sua segurança.
A Ucrânia não tinha conhecimento sobre "o número de veículos, a rota e o modo de transporte dos prisioneiros", afirmaram os serviços secretos militares ucranianos.
"Isto pode ser um exemplo de ações deliberadas da Rússia destinadas a pôr em perigo a vida e a segurança dos prisioneiros", comentou.
Pouco antes, o Exército ucraniano tinha afirmado que continuará a atacar a região de Belgorod e a aviação militar russa para se proteger dos bombardeamentos, após a queda do avião de transporte Il-76 perto da fronteira com a Ucrânia.
Num comunicado divulgado algumas horas após o despenhamento da aeronave russa, mas que não lhe faz qualquer referência, o Exército ucraniano prometeu continuar a "destruir os aparelhos de abastecimento e controlar o espaço aéreo para eliminar a ameaça terrorista, incluindo na zona de Belgorod-Kharkiv", a fim de combater os ataques russos à Ucrânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
[Notícia atualizada às 17h32]
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