Israel. Washington reafirma que acusações de genocídio "são infundadas"

Os Estados Unidos reafirmaram hoje que as acusações de "genocídio" feitas a Israel "são infundadas", em resposta à decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) instando-o a "adotar todas as medidas" para impedir um genocídio em Gaza.

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© Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images

Lusa
26/01/2024 19:47 ‧ 26/01/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Continuamos a pensar que as acusações de genocídio são infundadas e registamos que o Tribunal não declarou existir um genocídio nem apelou para um cessar-fogo", declarou um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, uma vez que o tribunal não se pronunciou ainda, nesta fase, sobre o mérito do caso.

A mais alta instância judicial da ONU, à qual a África do Sul recorreu para apresentar queixa de Israel, também apelou a Telavive para permitir o acesso da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde o Exército israelita realiza uma ofensiva militar em resposta ao ataque sem precedentes cometido a 07 de outubro pelo grupo islamita palestiniano Hamas contra Israel.

A decisão do TIJ, emitida na sua sede, em Haia, era aguardada com grande expectativa.

"A decisão do tribunal é coerente com a nossa opinião de que Israel tem o direito de tomar medidas para garantir que os ataques terroristas de 07 de outubro não se repetem, respeitando o direito internacional", acrescentou o porta-voz norte-americano.

Washington sublinhou, além disso, "sempre ter dito claramente que Israel deveria tomar todas as medidas possíveis para minimizar os danos causados aos civis, aumentar o fluxo da ajuda humanitária e combater a retórica desumanizadora".

Principais apoiantes de Israel, os Estados Unidos exercem, desde há meses, uma pressão constante sobre as autoridades israelitas na condução da guerra contra o Hamas.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, mais de 100 dos quais permanecem em cativeiro.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 112.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 26.083 mortos, 63.740 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, pelo menos 370 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.

Leia Também: Guterres frisa que decisões do TIJ "são vinculativas"

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