A recomendação, após confissões de culpa no início deste mês de Mohammed Farik Bin Amin e Mohammed Nazir Bin Lep, detidos de longa data em Guantánamo, marca condenações comparativamente raras nas duas décadas de procedimentos da comissão militar dos EUA em Guantánamo, Cuba.
O porta-voz da comissão militar de Guantánamo, Ronald Flesvig, confirmou as recomendações de condenação, noticiou a agência Associated Press (AP).
O grupo extremista Jemaah Islamiyah matou 202 indonésios, turistas estrangeiros e outros em dois atentados quase simultâneos em bares na ilha turística de Bali.
Os dois réus negaram qualquer participação ou conhecimento prévio dos ataques, mas, segundo os acordos de confissão, admitiram ter conspirado ao longo do tempo com a rede de militantes responsável pelos atentados.
A recomendação da sentença ainda requer a aprovação da autoridade militar superior de Guantánamo.
Os dois estão entre um total de 780 levados para detenção militar em Guantánamo durante a "guerra ao terror" do governo George W. Bush, após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
Houve apenas algumas condenações ao longo dos anos -- oito, de acordo com um grupo de defesa dos direitos humanos, Reprieve.
Os réus em alguns dos maiores ataques, incluindo o 11 de setembro, permanecem em audiências pré-julgamento. Os procuradores estão a procurar acordos para encerrar esse e outros casos.
Os processos têm sido atormentados por dificuldades logísticas, rotação frequente de juízes e outras questões jurídicas relacionadas com a tortura de detidos durante a custódia da CIA nos primeiros anos da sua detenção.
Apenas cerca de 30 detidos permanecem em Guantánamo. Cerca de metade foram autorizados e são elegíveis para transferência se um país estável concordar em aceitá-los.
Como parte dos seus acordos de confissão, os dois homens malaios concordaram em prestar depoimento contra um terceiro detido em Guantánamo, um homem indonésio conhecido como Hambali, associado também aos atentados de Bali.
Familiares de alguns dos mortos nos atentados de Bali testemunharam na quarta-feira numa audiência antes da sentença, com os dois acusados no tribunal e a ouvirem atentamente.
"O alcance desta atrocidade não teve limites e afetou muitas pessoas", testemunhou Matthew Arnold, de Birmingham, Inglaterra, que perdeu o seu irmão nos ataques.
Um painel de cinco oficiais militares entregou a recomendação depois de ouvir o depoimento da sentença.
Os 'media' da Malásia adiantaram que as autoridades estavam a tentar a transferência dos dois detidos de volta ao seu país de origem. Os EUA mantêm-nos em Guantánamo desde 2006.
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