Turquia mantém apoio à agência da ONU para refugiados palestinianos

O governo da Turquia declarou hoje que mantém o apoio à agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA) depois de vários países retirarem o seu financiamento devido ao alegado envolvimento de funcionários no ataque do Hamas a Israel.

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Lusa
28/01/2024 17:11 ‧ 28/01/2024 por Lusa

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Num comunicado publicado no 'site' do governo da Turquia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco manifestou a sua preocupação com "as decisões tomadas por esses países", referindo-se à suspensão do apoio financeiro a esta agência da Nações Unidas, e recordou as condições "muito duras" em que trabalham os funcionários da UNRWA.

"Desde 07 de outubro, mais de 150 funcionários da organização foram assassinados por Israel na Faixa de Gaza", apontou o governo turco.

Na perspetiva do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, "a suspensão do financiamento na sequência de denúncias apresentadas contra alguns funcionários causará danos especialmente ao povo palestiniano".

Neste sentido, o governo da Turquia disse ter a esperança de que "os países que anunciaram a suspensão do seu financiamento acabem por reconsiderar as suas decisões".

Turquia junta-se, assim, a outros países como Noruega, Jordânia e Irlanda que decidiram manter o seu apoio à agência UNRWA e ao seu trabalho em Gaza.

A este propósito, o responsável da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) no Próximo Oriente, Philippe Lazzarini, advertiu hoje que mais de dois milhões de habitantes de Gaza dependem da ajuda humanitária, que pode estar em causa perante a suspensão dos fundos de nove países doadores.

"Nove países suspenderam temporariamente o seu financiamento à UNRWA. Estas decisões ameaçam o nosso trabalho humanitário em curso em toda a região, incluindo e especialmente na Faixa de Gaza", alertou Lazzarini, em comunicado.

Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Itália, Países Baixos, Suíça, Finlândia e Austrália anunciaram este fim de semana a suspensão do financiamento à UNRWA, depois de a agência ter rescindido os contratos de vários funcionários por alegações do seu possível envolvimento com o movimento extremista islâmico Hamas nos ataques de outubro.

Posteriormente, França juntou-se a estes nove países que suspenderam o seu financiamento à UNRWA.

"É chocante ver uma suspensão de fundos em reação a alegações contra um pequeno grupo de funcionários, especialmente tendo em conta as medidas imediatas que a UNRWA tomou ao rescindir os seus contratos e ao pedir uma investigação independente e transparente", lamentou Lazzarini.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também pediu uma investigação, que já está a ser conduzida pelo Gabinete de Serviços de Supervisão Interna da organização.

Israel agradeceu aos países que suspenderam o financiamento da UNRWA e apelou a que outros se juntem à ação contra a agência, que acusa de ser um "refúgio para terroristas", enquanto o Hamas negou categoricamente que o pessoal humanitário colabore com eles em ações militares.

O grupo islamita palestiniano Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos.

Leia Também: Itália condena ataque a igreja católica na Turquia

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