"A Europa sozinha não poderá apoiar a Ucrânia como tem feito até agora, nem financeira nem militarmente", disse o líder ucraniano numa entrevista ao primeiro canal da televisão pública alemã, ARD.
Zelensky admitiu que existe um grande risco de alguns líderes europeus começarem a vacilar se não houver sinais positivos por parte dos Estados Unidos da América (EUA).
Referiu como consequências possíveis a falta de armas e de recursos financeiros para a Ucrânia e a perda da aliança Estados Unidos-Europa.
Outra das consequências seria o reconhecimento de que a Europa estaria sozinha na defesa contra a Rússia se a Ucrânia não conseguisse impedir o avanço das tropas russas para outros países.
"Isso seria uma ameaça séria. E [o Presidente russo Vladimir] Putin tiraria o máximo partido" da situação, avisou, citado pela agência espanhola EFE.
Zelensky comentou ainda uma hipotética saída dos Estados Unidos da NATO se Donald Trump voltasse ao poder, referindo que outros países poderiam mudar de posição, especialmente os que têm laços económicos com a Rússia.
Uma mudança na política de defesa dos Estados Unidos em relação à Ucrânia e à Europa poderia também significar o fim da política comum de sanções contra a Rússia, disse.
Zelensky admitiu que reagiria de forma normal se Trump fosse eleito, argumentando que Kiev tem o apoio de Democratas e Republicanos, apesar de alguns Republicanos estarem a bloquear um pacote de ajuda de 61,4 mil milhões de dólares (56,6 mil milhões de euros, ao câmbio atual).
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
O conflito de quase dois anos provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.
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