"Bruxelas (União Europeia) está a travar uma guerra ideológica contra a Hungria há vários anos e mantém a chantagem. Agora temos os documentos que o provam", afirmou Orbán na plataforma digital Facebook.
O primeiro-ministro refere-se a um documento sobre um alegado plano da União Europeia para sabotar a economia húngara, caso Orbán venha a vetar a ajuda à Ucrânia na próxima cimeira do bloco europeu marcada para quinta-feira.
O documento publicado pelo jornal britânico Financial Times revela um plano secreto de Bruxelas para, alegadamente, encerrar todos os financiamentos a Budapeste a fim de provocar um colapso na confiança dos investidores.
Agora, Orbán afirma que, se for levado a cabo, o plano pode vir a ser o "Armagedão" e promete atuar.
"Defenderemos os interesses da Hungria. Não nos podemos deixar chantagear", sublinhou o primeiro-ministro da Hungria no mesmo texto.
Bruxelas já declarou que o documento citado pelo jornal é uma "nota explicativa" preparada pelo secretariado-geral do Conselho da União Europeia (UE) que descreve a situação atual da economia húngara.
A UE acrescentou que se trata de um documento factual que não reflete o estado das negociações sobre a revisão do quadro financeiro plurianual (QFP) do bloco e não estabelece um plano específico de assistência à Ucrânia ou à Hungria.
Na cimeira da UE do mês passado, Orbán bloqueou a disponibilização de 50 mil milhões de euros do orçamento para ajuda financeira à Ucrânia.
Orbán opunha-se a que os países da UE contraíssem um empréstimo conjunto para financiar a Ucrânia e que este fosse também proveniente do orçamento do bloco europeu.
Recentemente o governo húngaro - aceitando estas condições - propôs a entrega do apoio em frações anuais, a discutir todos os anos.
Esta solução não convenceu os parceiros da UE que receiam que Budapeste utilize a circunstância para chantagear a UE, refere o portal do jornal digital Hvg, da Hungria.
A Comissão Europeia bloqueou o pagamento de cerca de 22 mil milhões de euros de fundos regionais à Hungria por não ter respeitado a Carta Europeia dos Direitos Fundamentais, mas, em dezembro de 2023, desbloqueou 10,2 mil milhões de euros desses fundos, em resposta a alterações legislativas.
Leia Também: Líderes da UE tentam "compromisso aceitável" para Hungria sobre apoio