EUA anunciam sanções a três entidades por financiarem conflito sudanês

O Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América anunciou hoje sanções a três entidades pelo seu papel "no enfraquecimento da paz, segurança e estabilidade do Sudão".

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Lusa
31/01/2024 20:53 ‧ 31/01/2024 por Lusa

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Sudão

Segundo o comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA, as sanções hoje adotadas assinalam o "empenho contínuo" da nação norte-americana em "identificar e isolar as fontes de financiamento das Forças Armadas Sudanesas e das Forças de Apoio Rápido [RSF, na sigla em inglês]", as partes beligerantes responsáveis pelo conflito em curso no Sudão desde abril de 2023, que causou a maior crise de refugiados no mundo.

"O conflito no Sudão continua, em parte, devido a indivíduos e entidades importantes que ajudam a financiar a continuação da violência", afirmou o subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e a Informação Financeira, Brian Nelson, citado no comunicado.

"O Tesouro, em coordenação com os nossos aliados e parceiros, continuará a visar estas redes e a desmantelar estas importantes fontes de financiamento", indicou Brian Nelson.  

A informação avançada pelo departamento norte-americano referiu que "a ação de hoje está a ser tomada em conformidade com a Ordem Executiva 14098", que impõe sanções a determinadas pessoas que desestabilizem o Sudão e prejudiquem o objetivo de uma transição democrática. 

Uma das entidades visadas é o Alkhaleej Bank Co Ltd (Alkhaleej), controlado pelas RSF e parte essencial dos seus esforços para financiar as suas operações, segundo o comunicado. 

O Alkhaleej terá recebido 50 milhões de dólares (cerca de 46 milhões de euros) do Banco Central do Sudão imediatamente antes do início do atual conflito, indicou.

Outra visada, a Zadna International Co for Development Ltd (Zadna) "foi e continua a ser uma das componentes mais importantes do império comercial das Forças Armadas do Sudão".

O departamento referiu que esta entidade é considerada "um veículo de branqueamento de capitais militares" e é uma das principais fontes de financiamento do exército sudanês.

A terceira e última entidade alvo de sanções é a Al-Fakher Advanced Works Co. Ltd. (Al-Fakher), criada pelas RSF para ser uma empresa 'holding' para conduzir o negócio de exportação de ouro das RSF.

Desta forma, os dirigentes do grupo paramilitar geraram milhões de dólares através da exportação de ouro, que utilizaram para comprar armas, referiu. 

As três entidades são acusadas pelos EUA de serem responsáveis, ou cúmplices, pela participação, direta ou indireta, em ações ou políticas que ameaçam a paz, a segurança ou a estabilidade do Sudão. 

Assim, "todos os bens das pessoas designadas acima descritas que se encontrem nos Estados Unidos ou na posse ou controlo de pessoas dos EUA estão bloqueados e devem ser comunicados ao OFAC", concluiu.

Desde 15 de abril de 2023, o exército e os paramilitares das RSF, do general Mohammed Hamdane Daglo, estão em guerra pelo poder no Sudão.

De acordo com uma estimativa da ONG Armed Conflict Location & Event Data Project, mais de 13.000 pessoas morreram no conflito e perto de 11 milhões de pessoas estão deslocadas, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Leia Também: Procurador do TPI vê "crimes do Estatuto de Roma" cometidos no Darfur

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