Centenas de recrutas Hutis desfilam na capital do Iémen
Centenas de combatentes recém-recrutados pelos rebeldes hutis do Iémen desfilaram hoje em Saná, numa demonstração de força organizada pelo movimento pró-iraniano, que prossegue a sua campanha de mobilização em "apoio à Faixa de Gaza".
© Mohammed Hamoud/Anadolu via Getty Images
Mundo Israel
Cerca de 1.800 recém-formados em cursos de formação militar intitulados "Inundação de Al-Aqsa" - o mesmo nome dado pelo Hamas ao ataque a Israel de 07 de outubro - participaram no desfile, que decorreu em frente ao maior parque público da capital iemenita, e contou com a presença de oficiais Hutis e do representante no Iémen do grupo islamita palestiniano Hamas, Muaz Abu Shamaleh.
A parada ocorreu numa altura em que os rebeldes iemenitas e os Estados Unidos estão envolvidos numa escalada militar, com ataques dos Hutis a navios mercantes no Mar Vermelho.
Vestidos com roupas tradicionais iemenitas e bonés brancos, os recrutas carregavam uma variedade de armas, incluindo foguetes, metralhadoras e espingardas AK-47, enquanto marchavam ao ritmo de uma banda militar, trajando os imaculados uniformes azuis e vermelhos.
"Estes cursos militares vão continuar e não restará nenhum indivíduo neste país que não tenha aderido a estes cursos [de formação] militares", disse o vice-governador de Saná, Khaled al-Madani, quando se dirigia aos novos combatentes, de idades variadas, durante o desfile.
O objetivo dos Hutis é ajudar os iemenitas a "ganharem prontidão para o combate e a transportarem o espírito da 'jihad', que, se Deus quiser, todo o povo iemenita possuirá", afirmou al-Madani.
Os rebeldes Hutis intensificaram a campanha de mobilização na sequência dos recentes ataques dos Estados Unidos e do Reino Unido às suas posições, nomeadamente no oeste do país, para reduzir a capacidade do movimento xiita apoiado pelo Irão de ameaçar a navegação no Mar Vermelho.
No último desses ataques, os Estados Unidos anunciaram hoje a destruição de 10 'drones', bem como de um centro de controlo para o lançamento das aeronaves não tripuladas, poucas horas depois de terem também abatido três mísseis lançados pelos Hutis para o Mar Vermelho.
Os insurgentes pegaram em armas em 2014 contra o governo iemenita, reconhecido internacionalmente, e desde então controlam grandes áreas do norte, centro e oeste do Iémen, de onde lançaram nas últimas semanas numerosos ataques com 'drones' e mísseis contra navios ligados a Israel no Mar Vermelho, em "apoio ao povo palestiniano oprimido".
"Estamos ao lado de Gaza e não vamos recuar. Não nos importamos nem que nos sacrifiquemos. Estamos prontos para lutar e oferecer as nossas vidas pela causa de Alá", disse à agência noticiosa espanhola EFE Shehab Murghim, de 15 anos, que estava entre os recrutas na parada, apesar da sua tenra idade.
"O que está a acontecer hoje [em Gaza] são crimes cometidos por um inimigo cujo apetite é matar e não lutar. Mas preparámos tudo o que podíamos, ao serviço de Alá, para defender o povo palestiniano que tem sido oprimido nos últimos 75 anos", afirmou Sabah al-Namani, 50 anos, à EFE.
Todos, refere a EFE, parecem convencidos do plano dos Hutis de atacar navios ligados a Israel no Mar Vermelho e não escondem o desejo de combater as forças israelitas frente a frente na Faixa de Gaza.
Taha Murgim, outro recruta na casa dos 20 anos, disse que todos estão ansiosos por combater as forças israelitas.
"Não esqueceremos os gritos das crianças de Gaza e das mulheres. Iremos [para Gaza], mesmo por terra, se Deus quiser", disse outro recruta, Taha Murgim, 20 anos, à EFE.
"Vamos usar todas as armas e tudo o que pudermos para parar a agressão contra o povo de Gaza, se Deus quiser. Qualquer navio ou barco norte-americano, israelita ou britânico será um alvo. Os Estados Unidos são uma gota de água, não nos vão assustar nem intimidar", argumentou.
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