Do lado sírio, os ataques aéreos mataram 13 militantes e destruíram 17 posições de grupos armados apoiados por Teerão na província oriental de Deir al Zur, segundo um comunicado da organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido e com uma extensa rede de colaboradores no terreno.
As ações concentraram-se na zona de Al Mayadin, considerada a "capital iraniana" na Síria, bem como no distrito de Al Bukamal, na fronteira com o Iraque e importante rota de abastecimento destas milícias aliadas ao Governo sírio.
Por outro lado, uma fonte do Exército iraquiano com patente de coronel frisou à agência Efe, sob condição de anonimato, que pelo menos cinco milicianos pró-Irão foram mortos e outros três ficaram feridos em vários ataques aéreos contra posições da poderosa milícia Kataib Hezbollah na zona de Al Qaim, perto da fronteira com a Síria.
Um porta-voz militar do primeiro-ministro iraquiano Mohamed Chia al-Soudani frisou, em comunicado, que os ataques norte-americanos constituem uma "violação da soberania iraquiana", apontando para consequências desastrosas para a segurança e estabilidade do Iraque e da região.
O general Yehia Rasool, porta-voz do primeiro-ministro, confirmou "ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos" contra o setor Al-Qaim -- na fronteira com a Síria -- e outras "zonas fronteiriças iraquianas".
Também as Forças Armadas iraquianas condenaram hoje os bombardeamentos e alertaram que esta ação terá "consequências imprevistas" e "repercussões desastrosas" no Médio Oriente.
"Estes ataques são considerados uma violação da soberania iraquiana, minam os esforços do governo iraquiano e representam uma ameaça que arrastará o Iraque e a região para consequências imprevistas, cujas repercussões serão desastrosas", destacou Yahya Rasul, porta-voz das Forças Armadas Iraquianas, em comunicado.
Os Estados Unidos anunciaram hoje o bombardeamento de mais de 85 alvos e instalações ligadas à Guarda Revolucionária do Irão e a grupos pró-iranianos no Iraque e na Síria, em resposta ao ataque da semana passada que matou três militares norte-americanos.
O Presidente dos Estados Unidos Joe Biden garantiu que a resposta norte-americana ao ataque começou hoje e vai continuar.
"Os Estados Unidos não querem conflitos no Médio Oriente ou em qualquer outro lugar do mundo. Mas que aqueles que nos querem prejudicar saibam bem disto: se tocarem num americano, nós responderemos", salientou, de acordo com um comunicado.
Washington respondeu desta forma ao ataque de domingo na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, perpetrado por milícias pró-Irão e no qual morreram três soldados norte-americanos e outros 40 ficaram feridos.
Desde meados de outubro, mais de 165 ataques de 'drones' e ataques de foguetes tiveram como alvo soldados norte-americanos destacados numa coligação internacional antijihadista no Iraque e na Síria.
Reivindicados na sua maioria por combatentes de grupos pró-Irão que se autodenominam "Resistência Islâmica no Iraque", estes ataques ocorrem num contexto de escalada de tensões na região, tendo como pano de fundo a guerra em Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Leia Também: "Resposta começou hoje". Biden confirma retaliação e promete mais ataques