Corredores de logística ferroviária em declínio na África do Sul

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, considerou hoje que a elevada criminalidade no país contribuiu para o declínio dos principais corredores ferroviários de logística, nomeadamente no setor mineiro, principal pilar da economia.

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© PHILL MAGAKOE/AFP via Getty Images

Lusa
05/02/2024 12:57 ‧ 05/02/2024 por Lusa

Mundo

Cyril Ramaphosa

"A atividade criminosa e o roubo de cabos de cobre, em particular, tiveram um sério impacto nos principais corredores ferroviários de transporte de mercadorias, incluindo o fornecimento de carvão para exportação através de Richard's Bay [porto marítimo]", declarou.

O chefe de Estado sul-africano, que falava na abertura da 30ª Mining Indaba, uma conferência anual de captação de investimento para o setor de mineração no continente, que se realiza na Cidade do Cabo, no ano em que a África do Sul celebra 30 anos de democracia, disse ainda que o Governo elencou como prioritário "o combate da mineração ilegal no país e os danos causados às infraestruturas".

"Desde 2019, o Ministério dos Recursos Minerais e Energia encerrou e selou 251 poços mineiros abandonados. Nos próximos três anos, o ministério pretende fechar mais 352 poços", salientou.

Todavia, Ramaphosa, que procura a reeleição do partido Congresso Nacional Africano (ANC, no poder desde 1994) nas eleições gerais deste ano, sublinhou que a cooperação entre o setor privado, a empresa pública de portos e caminhos de ferro Transnet, e as forças de segurança "resultou numa melhoria da situação de segurança nos últimos meses", sem avançar detalhes.

"O próprio sistema logístico de mercadorias da África do Sul está a passar por um processo de mudanças rápidas e fundamentais para melhorar a sua eficiência e posicioná-lo para o futuro", adiantou.

Segundo Ramaphosa, o Governo sul-africano "está a trabalhar com o setor privado sob os auspícios do Comité Nacional de Crise Logística para superar os desafios com portos e caminhos-de-ferro", estando em curso a implementação de um "Plano Nacional de Logística".

"Ao introduzir a concorrência nas operações ferroviárias de mercadorias, mantendo ao mesmo tempo a propriedade estatal das rotas, desbloquearemos novos investimentos massivos no sistema ferroviário da África do Sul. Isto apoiará empregos em todos os setores da economia, desde a mineração até à indústria transformadora e à agricultura", explicou.

Nesse sentido, o Governo sul-africano presente modernizar e expandir os terminais portuários através de parcerias público-privadas "inovadoras", posicionando a África do Sul "como um interveniente líder nos mercados globais", segundo o Presidente sul-africano.

"Como Governo, estamos atentos à realidade de que sem reformas ousadas e transformadoras no setor logístico, a mineração não pode florescer. Estamos a trabalhar arduamente, em parceria com a indústria, para garantir que este roteiro seja concretizado sem demora", garantiu o chefe de Estado sul-africano às multinacionais mineradoras reunidas na Cidade do Cabo.

Leia Também: Crise energética afeta competitividade da África do Sul

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