Guerra com NATO? "Se acontecer é precisamente o Apocalipse. Fim de tudo"
As palavras são do atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.
© Getty Images
Mundo Dmitry Medvedev
O antigo presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, considerou, esta quarta-feira, que no caso de uma guerra com a NATO, a Rússia terá de "responder de forma assimétrica" e usar mísseis "com ogivas especiais".
"Deus me livre de tal guerra acontecer, mas se acontecer não seguirá o cenário da operação militar especial" e "não será travada em trincheiras com o uso de artilharia, veículos de combate blindados, 'drones' e comunicações eletrónicas", afirmou, no seu canal no Telegram, citado pela TASS.
Segundo Medvedev, a NATO "é um enorme bloco militar, a população dos países da aliança é de quase mil milhões de pessoas e o seu orçamento militar conjunto pode atingir meio bilião de dólares", explicou Medvedev.
"Portanto, devido à incomensurabilidade dos nossos [respetivos] potenciais militares, não teremos escolha. A resposta será assimétrica a fim de proteger a integridade territorial do nosso país, aos nossos mísseis balísticos e de cruzeiro com ogivas especiais (nucleares). E isso é precisamente o Apocalipse. O fim de tudo", enfatizou Medvedev.
Segundo o atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, "todos os grandes chefes europeus estão a mentir cinicamente aos seus cidadãos", reiterando a necessidade de estarem prontos "para uma guerra com a Rússia".
"Embora a Rússia tenha falado repetidamente sobre a ausência de quaisquer planos para um conflito com a NATO e os países da UE, a conversa altamente perigosa sobre o assunto continua", destacou Medvedev.
Na ótica de Medvedev, as causas são óbvias. "É necessário distrair os eleitores para justificar gastos milionários com a Ucrânia, de que todos já se cansaram, uma vez que somas gigantescas de dinheiro estão a ser gastas não na resolução de questões sociais mas numa guerra num país moribundo, estranho aos contribuintes, com a sua população espalhada por toda a Europa, aterrorizando os residentes locais", afirmou.
"É por isso que, todos os dias, os líderes destes países pregam que é necessário preparar-se para uma guerra com a Rússia e continuar ajudar a Ucrânia, o que significa produzir mais tanques, munições, drones e outras armas", acrescentou o vice-presidente do Conselho de Segurança russo.
Para Medvedev, os líderes europeus "deveriam dizer a verdade amarga aos seus eleitores, em vez de os tratar como idiotas desmiolados". "Eles deveriam explicar-lhes o que realmente vai acontecer, em vez de repetir o discurso enganoso sobre a prontidão para uma guerra com a Rússia", acrescentou.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
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