Líder da oposição venezuelana denuncia ataque contra participantes em ato
A líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, denunciou na quarta-feira ataques violentos cometidos por dezenas de pessoas a participantes de um ato político que organizou.
© Reuters
Mundo Venezuela
O ataque ocorreu na localidade de Charallave, a sul de Caracas, e foi denunciado por Maria Corina Machado, que saiu ilesa e lançou um "alerta internacional", no qual explica que "a polícia que estava presente, e com a sua inação, protegeu os coletivos [cidadãos] armados".
"Aparentemente, a única maneira que [Nicolás] Maduro pretende participar nas eleições é a mal. Estou a alertar o mundo para o ataque violento de que fomos alvo em Charallave, no estado de Miranda", escreveu a opositora na rede social X.
Na mesma publicação, a líder da oposição explica que foram atacados "por mais de uma centena de coletivos do regime" que, "com paus e pedras, feriram vários dos presentes".
"Mais uma vez violam a liberdade de associação e reunião, basta de perseguição e agressão", denunciou, também na X, o partido Vente Venezuela, liderado pela mesma responsável.
O ataque aconteceu ao final da tarde de quarta-feira, e vídeos divulgados nas redes sociais dão conta do momento em que os atacantes tentam, desde o lado de fora, derrubar uma grade, atirando pedras contra as pessoas que esperavam Maria Corina.
Nos vídeos, é ainda possível ver um homem ferido e dois vidros de uma viatura partidos onde, segundo a imprensa local, se encontrava Maria Corina Machado.
O ataque teve lugar horas depois de a líder opositora ter participado, por videoconferência, numa mesa-redonda da comissão dos negócios estrangeiros do Congresso dos EUA, em que sublinhou que a oposição vai criar condições para que o Presidente "Maduro entenda que deve negociar uma transição através de eleições limpas, livres e competitivas".
A opositora afirmou ainda que "o tempo é agora", que "há uma oportunidade para derrotar" Maduro e que o regime "perdeu o apoio da base social".
Também que a decisão recente do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela de ratificar a sua desqualificação para exercer cargos públicos "foi um grande erro" de uma administração "que ainda não está na disposição de abandonar o poder".
O ataque em Charallave já foi condenado por vários partidos e políticos opositores, entre eles Biagio Pilieri, do Convergência, que diz ter sido "um ato de covardia" e que as agressões são inaceitáveis.
Já para o antigo governador de Táchira, César Pérez Vivas, do Partido Social Cristão - COPEI, tratou-se de "um ato de terrorismo político" que procura "intimidar a população e silenciar qualquer indício de liberdade".
"Responsabilizamos o regime de Nicolás Maduro pela integridade de Maria Corina e a sua equipa perante este ataque", escreveu o político na X, apelando ao Ministério Público e ao Procurador-geral da Venezuela, Tareck William Saab, para que "este ato violento não fique impune".
Por outro lado, Carlos Ocariz, do partido Primeiro Justiça, condenou nas redes sociais a agressão e sublinhou que a Venezuela quer uma mudança.
"Que uns grupos (...) usem a violência para tentar evitar o que está na alma, nas ruas, não será suficiente", escreveu na X, onde numa outra mensagem explica ainda que "bater, agredir uma mulher é um ato de covardia".
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