UE pede auditoria ao recrutamento de agência da ONU para palestinianos

O subsecretário-geral da ONU Philippe Lazzarini revelou hoje que a Comissão Europeia pediu uma auditoria aos procedimentos de recrutamento na agência que apoia a população palestiniana (UNRWA) e um reforço da supervisão, condições necessárias para assegurar as contribuições comunitárias.

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© LUDOVIC MARIN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
12/02/2024 15:42 ‧ 12/02/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Em conferência de imprensa conjunta com o alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, em Bruxelas, o subsecretário-geral da ONU e também comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Apoio aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) disse que a Comissão fez depender uma contribuição de 82 milhões de euros "no início de março" de duas condições.

A primeira é "uma auditoria ao recrutamento" na UNRWA, segundo referiu Lazzarini, acrescentando que o executivo comunitário também pediu um "reforço da supervisão" do trabalho da agência da ONU para assegurar que todas as contribuições estão a ser utilizadas exclusivamente para apoiar a população palestiniana.

Philippe Lazzarini encorajou Israel e quaisquer partes com informações sobre as alegações de envolvimento de funcionários da UNRWA nos ataques em território israelita de 07 de outubro de 2023, perpetrados pelo movimento islamista palestiniano Hamas, a partilharem informações que auxiliem a investigação independente.

"Peço total cooperação para partilhar provas, evidências, destas alegações horríveis", afirmou.

Sobre a situação na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas e que tem sido alvo de intensos bombardeamentos israelitas desde o início de outubro do ano passado, Philippe Lazzarini disse que no enclave palestiniano "há uma sensação profunda de pânico e desespero" e que a "desnutrição vai levar, possivelmente, à morte de pessoas esfomeadas".

"Pela primeira vez, a ONU não pode operar com o mínimo de proteção, que é a polícia (...), muitos morreram nos bombardeamentos", frisou o representante.

O chefe da diplomacia europeia lembrou, por sua vez, que a UNRWA não está apenas a trabalhar na Faixa de Gaza, "também está presente no Líbano, Síria, Jordânia, na Cisjordânia" e "mais de dois milhões de pessoas dependem deste apoio crítico, só em Gaza".

Em termos globais, a organização apoia quase seis milhões de refugiados palestinianos.

Josep Borrell defendeu ainda que continuar a apoiar a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, apesar das acusações feitas por Israel, "é um imperativo humanitário" e cortá-lo pode desencadear "repercussões para a estabilidade na região".

Face às suspeitas de envolvimento de alguns funcionários da UNRWA nos ataques de 07 de outubro do Hamas, vários países, incluindo os principais doadores, suspenderam o envio de fundos para a agência.  

Leia Também: Palestina? "A Europa está a operar com um claro padrão duplo"

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