Um estudante da Universidade de Saint-Louis, no norte do país, é uma das três pessoas mortas desde o início dos protestos contra o anúncio do Presidente, Macky Sall, de que as eleições presidenciais, inicialmente previstas para 25 de fevereiro, seriam adiadas para 15 de dezembro.
O Sindicato Autónomo dos Docentes do Ensino Superior (SAES, na sigla em francês), o principal sindicato das oito universidades públicas, declarou em comunicado que "exige que se faça luz" sobre a morte, ocorrida na sexta-feira.
"O apelo à greve está a ser amplamente seguido a nível nacional. Tudo está parado" em todas as universidades, disse à agência de notícias France-Presse o secretário-geral do SAES, David Célestin Faye.
A greve está prevista para hoje e terça-feira, segundo as informações do sindicato.
"Temos de parar de matar estudantes e esclarecer as circunstâncias" em que são mortos, disse Faye, que garantiu também que o movimento de contestação é apolítico.
Como reação a este adiamento das eleições presidenciais do Senegal, país que faz fronteira com a Guiné-Bissau, a missão enviada pela União Europeia para observar as votações anunciou hoje que decidiu que a maior parte dos seus observadores iria regressar ao país porque "o calendário foi posto em causa".
Um total de 32 observadores de longo prazo tinham sido destacados a 02 de fevereiro.
A Assembleia Nacional confirmou que o Presidente permanecerá em funções até à tomada de posse do sucessor, prevista para o início de 2025. O mandato de Sall terminaria oficialmente a 02 de abril.
A decisão provocou protestos e manifestações reprimidos pela força.
A missão europeia "está preocupada com o facto de a decisão das autoridades de adiar as eleições presidenciais poder constituir uma rutura com a longa tradição democrática do Senegal", acrescentou.
A diplomacia europeia lamentou também a violência que de que os cidadãos, e em particular os jornalistas, são alvo.
O Parlamento Europeu sublinhou "a importância" de se respeitar a liberdade de imprensa e de "garantir aos cidadãos senegaleses o livre exercício do direito de voto", em conformidade com a Constituição.
A missão de observação do Parlamento Europeu foi organizada por mais de 130 observadores dos 27 Estados-Membros da União Europeia, da Suíça, da Noruega e do Canadá.
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