República Dominicana alerta para risco de "guerra civil" no Haiti

O Presidente da República Dominicana alertou hoje nas Nações Unidas (ONU) que, se a comunidade internacional não intervir imediatamente para "salvar" o Haiti "à beira da guerra civil", o seu país lutará sozinho "para se proteger".

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Lusa
13/02/2024 21:14 ‧ 13/02/2024 por Lusa

Mundo

República Dominicana

"Infelizmente, a grave situação do nosso vizinho não foi tratada com a rapidez e urgência necessárias", lamentou à imprensa o Presidente da República Dominicana, Luis Abinader, cujo país partilha a ilha de Hispaniola com o Haiti. 

Segundo a ONU, o mês de janeiro foi o mais violento em mais de dois anos no Haiti, onde quase 5.000 pessoas foram mortas em 2023, incluindo 2.700 vítimas civis de gangues cada vez mais violentos.

"Hoje, com uma parte significativa do seu território sob o controlo de gangues criminosos, o Haiti está à beira de uma guerra civil", alertou o chefe de Estado dominicano, cujo país mantém relações complicadas com o seu vizinho.

Para tentar ajudar a polícia haitiana já sobrecarregada, o Conselho de Segurança da ONU finalmente deu o seu acordo em outubro para o envio de uma missão multinacional ao Haiti, liderada pelo Quénia.

Contudo, um tribunal de Nairobi bloqueou o envio planeado de 1.000 agentes da polícia queniana no final de janeiro, mas o Governo queniano anunciou que irá contestar a decisão, com o executivo haitiano a manter a esperança.

A futura missão também necessitará de financiamento, insistiu Luis Abinader.

"O tempo das promessas acabou [...]. Ou o dinheiro chega agora ou o colapso do Haiti será irreversível. Este colapso será uma ameaça para nós e para a região", assegurou.

"É por isso que gostaria de alertar hoje a comunidade internacional: a República Dominicana lutará com todas as suas forças para não ser arrastada para o mesmo abismo que o Haiti", frisou ainda.

O Presidente dominicano pronunciou-se após uma reunião do Conselho de Segurança dedicada às ligações entre conflitos, crises alimentares e alterações climáticas que agravam as tensões em torno dos recursos naturais.

"O nosso 'slogan' a partir de agora será: ou lutamos juntos para salvar o Haiti ou lutaremos sozinhos para proteger a República Dominicana", alertou, apelando à prevenção do "caos e da anarquia".

Santo Domingo e Port-au-Prince mantém relações tumultuadas devido à imigração e à construção de um muro anti-imigração ao longo de 174 quilómetros de fronteira da República Dominicana, muito mais próspera que o país vizinho.

A tensão aumentou nos últimos meses com a construção, por parte de operadores privados haitianos, de um canal que retira água do Dajabon, um rio que marca a fronteira.

Leia Também: ONU alerta sobre agravamento da violência no Haiti

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