Ao lado do Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, o governante brasileiro fez uma declaração à imprensa na qual disse que por mais que procure explicação não entende porque a "ONU não tem força suficiente para evitar que estas guerras aconteçam, antecipando qualquer aventura porque a guerra não traz benefício a ninguém, ela traz morte, destruição e sofrimento".
Citando diretamente o conflito na faixa de Gaza, iniciado após ataque do movimento islâmico Hamas a Israel em outubro passado, Lula da Silva disse que o Brasil "condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e o sequestro de centenas de pessoas" e que a ação do Hamas foi um "ato terrorista".
Lula da Silva, porém, também acrescentou não ver "nenhuma explicação no comportamento de Israel, de, a pretexto de derrotar o Hamas, estar a matar mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que tenha conhecimento", lamentando a incapacidade das instituições multilaterais de solucionarem esses problemas.
O Presidente brasileiro argumentou que de qualquer ângulo que se olhe a escalada da violência cometida contra os dois milhões de palestinianos que vivem em Gaza não se encontra justificação e afirmou que o Brasil considera o Egito um ator essencial na procura de uma solução para esse conflito.
"É urgente estabelecer um cessar-fogo definitivo que permita a prestação de ajuda humanitária sustentável e desimpedida, e a imediata e incondicional libertação dos reféns", defendeu Lula da Silva.
"O Brasil é terminantemente contrário a tentativa de deslocamento forçado do povo palestiniano. Por esse motivo, entre outros, o Brasil manifestou apoio ao processo instaurado na Corte [tribunal] Internacional da Justiça pela África do Sul", acrescentou.
O chefe de Estado brasileiro defendeu ainda a criação de um Estado para acabar com os confrontos em Gaza ao avaliar que "não haverá paz sem um Estado Palestino convivendo lado a lado de Israel dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas" e expressou gratidão ao Egito pela ajuda no repatriamento de brasileiros que estavam na região dos conflitos entre Israel e o Hamas.
O conflito na Faixa de Gaza entre o Hamas e Israel foi desencadeado após o ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, em 07 de outubro passado, em que morreram cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, dados oficiais israelitas.
O Hamas, considerado terrorista pela UE, Estados Unidos e Israel, fez ainda 253 reféns, dos quais 130 ainda permanecem cativos em Gaza.
Em retaliação, Israel está a levar a cabo uma ofensiva militar em grande escala que já fez mais de 28.500 mortos em Gaza, a grande maioria civis, e dezenas de milhares de feridos, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.
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