O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou, esta terça-feira, que é contra a instalação de armas nucleares no espaço, recusando as alegações dos Estados Unidos de quea Rússia está a desenvolver uma arma nuclear espacial que poderá ser utilizada contra satélites.
"Isto diz respeito ao alarido que tem sido feito recentemente no Ocidente, incluindo nos Estados Unidos, relativamente à instalação de armas nucleares no espaço. A nossa posição é clara e transparente: sempre nos opusemos firmemente e opomo-nos agora à instalação de armas nucleares no espaço", afirmou Putin durante uma reunião com o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, segundo cita a agência estatal russa TASS.
"Pelo contrário, apelamos não só ao cumprimento de todos os acordos existentes neste domínio, mas também propomos o reforço deste trabalho conjunto", afirmou.
Segundo a TASS, Putin manifestou perplexidade pelo facto de o Ocidente ter levantado a questão. "Mas agora, por alguma razão, estão a levantar novamente este tema no Ocidente e com uma nota emocional bastante elevada", completou.
Recorde-se que, no passado dia 15 de fevereiro, a Casa Branca confirmou que a Rússia obteve uma "perturbadora" e inovadora arma anti-satélite, mas disse que não pode provocar diretamente "destruição física" na terra.
O porta-voz do Conselho de Segurança nacional, John Kirby, indicou que responsáveis dos serviços de informações norte-americanos confirmaram que a Rússia obteve a capacidade de garantir esta nova arma, que ainda não está operacional.
Os responsáveis norte-americanos estão a analisar as características desta tecnologia emergente e mantiveram contactos com aliados e parceiros sobre o tema. "Primeiro, não se trata de uma capacidade ativa que tenha sido utilizada, e apesar de ser perturbador o facto de a Rússia manter esta particular capacidade, de momento não existe qualquer ameaça para a segurança", disse Kirby.
"Não estamos a referir-nos a uma arma que possa ser utilizada para atacar seres humanos ou provocar destruição física na terra", adiantou a mesma fonte, escusando-se a comentar se em causa está capacidade nuclear.
Kirby indicou que a nova capacidade é baseada no espaço, o que violaria o Tratado Internacional do Espaço Exterior, assinado por mais de 130 países, incluindo a Rússia.
A Casa Branca confirmou estas alegações após um alerta emitido na quarta-feira pelo republicano Mike Turner, presidente do Comité de Informações do Senado, que exortou a administração do presidente Joe Biden a desclassificar informação sobre o que definiu como séria ameaça à segurança nacional.
Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu as alegações sobre esta nova capacidade militar russa como um estratagema destinado a concretizar luz verde do Congresso dos EUA a uma ajuda à Ucrânia.
Leia Também: Kim Jong-un é o primeiro líder a receber um automóvel Aurus de Putin