Segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP), a concentração de ativistas, nomeadamente do Partido Democrático (PD), cujo líder, Sali Berisha, se encontra em prisão domiciliária, durou mais de duas horas, enquanto o chefe do Governo se encontrava em visita oficial à Turquia.
Pouco antes do final dos protestos, os manifestantes lançaram 'cocktails' Molotov, pedras e bombas de fumo em direção ao edifício do Governo, que estava guardado por um forte cordão policial, sem causar feridos ou danos de maior.
"Com esta manifestação, queremos mostrar a Edi Rama que a oposição está unida com o objetivo de o derrubar", disse Flamur Noka, secretário-geral do PD.
Edi Rama, 59 anos, é primeiro-ministro desde 2013.
A manifestação foi organizada no 33.º aniversário da queda do regime comunista em 1991.
Os manifestantes empunharam bandeiras da Albânia e da União Europeia (UE), bem como cartazes com palavras de ordem como "Rama, vai embora" ou "A oposição em ação, hoje ou nunca".
O emblemático líder do PD, Sali Berisha, dirigiu-se aos manifestantes através de uma mensagem vídeo em direto a partir de sua casa.
"Hoje lançámos a nossa batalha sem limites para derrubar a ditadura de Edi Rama, que é um perigo real", disse, acusando o chefe do Governo de "corrupção" e de um "ataque político" à sua família.
Antigo primeiro-ministro e primeiro Presidente democraticamente eleito do país, Berisha, 79 anos, foi colocado em prisão domiciliária a 30 de dezembro de 2023 por se ter recusado a comparecer em tribunal no âmbito de uma investigação por corrupção.
Dez dias antes, foi-lhe retirada a imunidade parlamentar. Apesar destas restrições, continua a falar regularmente com os seus apoiantes a partir da janela do seu apartamento.
Berisha é suspeito de "corrupção passiva", segundo o Ministério Público albanês, no âmbito de uma investigação sobre a privatização de um complexo desportivo atribuído ao seu genro, em 2008, quando era chefe do Governo.
Na altura, Berisha rejeitou as acusações, classificando-as de "puramente políticas", e acusou Edi Rama de ser o "instigador".
Berisha está proibido de entrar nos Estados Unidos e no Reino Unido desde 2022, devido ao seu alegado envolvimento em casos de corrupção, acusações que também rejeitou.
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