O opositor russo Vladimir Kara-Murza, que se encontra detido na Sibéria, considerou que existe um "esquadrão da morte" apoiado pelo regime do Kremlin que se dedica a "eliminar fisicamente os opositores políticos" do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
As declarações foram proferidas durante uma audiência em tribunal por videoconferência, na qual destacou a necessidade de "continuar a trabalhar com ainda mais força" pelos "camaradas mortos" por um "esquadrão da morte no Serviço Federal de Segurança, um grupo de assassinos profissionais ao serviço do Estado, cuja tarefa é eliminar fisicamente os opositores políticos do regime de Putin".
From prison, Vladimir @vkaramurza - whose political mentor Nemtsov was killed in 2015 - says he's struggling to absorb the fact that Navalny is now dead, too.
— Sarah Rainsford (@sarahrainsford) February 22, 2024
But he tells opposition supporters not to give in to despair: 'That's what they want' https://t.co/pJsqhGy2mH
Vladimir Kara-Murza, era amigo de Alexei Navalny, o principal opositor de Putin que foi encontrado morto na prisão, na passada sexta-feira, e era também próximo de Boris Nemtsov, um opositor político morto perto do Kremlin, em Moscovo, em 2015.
"A responsabilidade pela morte de Alexei Navalny é de Vladimir Putin, uma vez que Alexei era um prisioneiro pessoal (do chefe de Estado)", disse ainda. "Um velho vingativo, medroso e ganancioso mantém o domínio da morte destruindo tudo o que considera ser uma ameaça ao poder".
Kara-Murza, cidadão russo-britânico, foi condenado a 25 anos de prisão depois de ter sido acusado de traição, de divulgar "informações falsas" sobre o Exército russo e de manter ligações com uma "organização indesejável". Esta sentença é a pena mais pesada imposta a um opositor na história recente da Rússia.
O opositor sobreviveu a envenenamentos em 2015 e 2017, os quais atribuiu ao Kremlin. As autoridades russas negaram qualquer responsabilidade.
Leia Também: Opositor russo Kara-Murza transferido para cela de castigo em nova prisão