Pelo menos quatro mortos, 14 feridos e 15 desaparecidos é, para já, o resultado de um devastador incêndio que deflagrou num edifício de 143 fracções em Valência. Viviam ali mais de 350 inquilinos.
As chamas terão começado por volta das 17 horas [hora local, menos uma em Portugal continental] no sétimo andar e o incêndio, de causa ainda desconhecida, ter-se-á propagado rapidamente devido ao vento que se fazia sentir e, alegadamente, devido aos materiais do prédio.
Durante horas, os bombeiros tentaram resgatar pessoas presas dentro das suas casas, a tal ponto que duas foram vistas a tentar escapar por uma varanda. Perante os olhares de terror, um pai e uma filha foram salvos com sucesso.
© Manuel Queimadelos Alonso/Getty Images
Que nadie discuta el sueldo de los 390 asesores que tiene el presidente del gobierno y se discuta el de los bomberos y las inversiones en todo lo que necesitan para hacer cosas como está en #Valencia #Incendiovalencia pic.twitter.com/rE0hLnEZsF
— Raúl (@RF3punto0) February 22, 2024
O incêndio já está, no entanto, controlado, anunciaram os bombeiros, encontrando-se em fase de rescaldo. O objetivo agora é arrefecer o edifício para poder aceder ao seu interior. Veja, na galeria, as imagens desta manhã.
Edifício feito com material "muito inflamável"
A vice-presidente do Colégio de Engenheiros Técnicos Industriais, Esther Puchades, explicou que o edifício de 14 andares que ardeu esta quinta-feira em Valência, Espanha, foi construído com um material "muito inflamável".
"O edifício foi feito com poliuretano, um material muito inflamável", disse, citada pela Cadena SER. "Aparentemente", continuou, foi construído numa qualidade "média-alta", com uma fachada ventilada e chapas de alumínio.
É precisamente "por baixo" dessas chapas, "e presa ao tijolo", que está uma camada de poliuretano. "Em teoria é muito bom impermeabilizante para a chuva", afirmou.
Só que "em contacto com uma chama converte-se em cera e, por isso, o fogo estendeu-se tão rápido para cima e para baixo", explicou a especialista.
Segundo vários relatos de moradores e proprietários, o edifício foi construído entre 2008 e 2010.
As reações (e o decreto de luto)
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, disse, ainda noite de quinta-feira, estar "consternado" com o incêndio de grandes dimensões que consumiu o edifício no bairro de Campanar.
"Falei com o presidente Carlos Mazón e com a autarca María José Catalá para conhecer em primeira mão a situação e oferecer toda a ajuda necessária", lê-se numa mensagem publicada no X (antigo Twitter).
Consternado ante el terrible incendio en un edificio de Valencia.
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) February 22, 2024
Acabo de hablar con el presidente @carlos_mazon_ y la alcaldesa @mjosecatala para conocer de primera mano la situación y ofrecer toda la ayuda que sea necesaria.
Quiero trasladar mi solidaridad a todas las…
Em resposta à situação devastadora, María José Catalá, autarca de Valência, expressou a sua solidariedade aos familiares afetados e anunciou que decretará 3 dias de luto nacional.
No hay palabras que describan el enorme dolor que siente la ciudad de Valencia en estos momentos.
— María José Catalá (@mjosecatala) February 22, 2024
Desde el @AjuntamentVLC decretaremos 3 días de luto oficial. Todo nuestro apoyo y más sentido pésame a familiares y allegados de las víctimas.
Também a Casa Real de Espanha reagiu, através do X, antigo Twitter. Através de um pequeno texto, é dito que a situação está a ser "acompanhada com preocupação" e que será prestado o "máximo apoio aos serviços de emergência que trabalham na extinção do incêndio", desejando "votos de boa recuperação aos feridos e que não haja mais vítimas".
Siguiendo con preocupación la evolución del incendio de 2 edificios en Valencia
— Casa de S.M. el Rey (@CasaReal) February 22, 2024
Máximo apoyo a los servicios de emergencias que trabajan para extinguir el fuego, los mejores deseos de recuperación a los heridos y que no haya más víctimas
Nuestro corazón está con los valencianos https://t.co/51jbFxqX92
Os serviços de emergência tinha adiantado anteriormente que 14 pessoas ficaram feridas, com vários graus de lesões, incluindo uma criança de sete anos - sendo que 12 destas foram transferidas para hospitais.
Entre os feridos há seis bombeiros, dois deles, pelo menos, com queimaduras nas mãos e um com uma fratura, de acordo com o serviço Emergencias112CV, da Comunidade Valenciana (região autónoma no leste de Espanha).
Os bombeiros que trabalham no incêndio na estrutura habitacional procuram ainda outros 15 desaparecidos, cujos familiares não conseguiram localizar desde o início do fogo, adiantou a autarquia.
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