Família que fugiu da Ucrânia volta a perder tudo no incêndio de Valência
Um casal ucraniano que perdeu tudo no incêndio de Valência está agora a pernoitar num hotel.
© Manuel Queimadelos Alonso/Getty Images
Mundo Valência
Um casal de ucranianos que abandonou o país após o eclodir da guerra e se mudou para Valência, em Espanha, perdeu tudo no incêndio que já fez quatro mortos e pelo menos 15 desaparecidos.
"Chegámos a Valência para escapar das bombas na Ucrânia e agora um incêndio deixou-nos sem nada", lamentou ao El Mundo Dymitro Hambarov, que vivia no número 24 do prédio devorado pelas chamas em Valência.
Hambarov e a sua companheira, Oksana Volkova, estão entre os realojados no hotel Valencia Palace.
O casal vivia com o animal de estimação no prédio desde outubro de 2023. "Agora não sabemos para onde vamos", admite o jovem casal de Kharkiv.
"O prédio não tinha alarme de incêndio, nenhum alarme tocou. Não tivemos tempo de levar quase nada. Descemos as escadas rapidamente, queria levar o carro que está na garagem, mas a polícia impediu-nos", conta o homem, preocupado. "É novo e é a única coisa que nos resta”, insiste, sobre o carro.
O casal não era o único refugiado de guerra a viver no prédio. Segundo contam, pelo menos 15 ucranianos viveriam ali. Estarão quase todos bem, mas muitos animais de estimação terão morrido.
Ao longo da madrugada e desta manhã, os serviços de emergência têm trabalhado para arrefecer o edifício onde, ao final da tarde desta quinta-feira, começou um incêndio que rapidamente atingiu os seus catorze andares e se espalhou para outro prédio adjacente.
Só depois as autoridades poderão entrar no prédio e procurar os 15 desaparecidos.
O edifício ardeu durante várias horas a altas temperaturas, o que provocou um fumo negro, denso e espesso e a queda, para a rua, de detritos queimados. Quatro pessoas morreram, 15 ficaram feridas, e há 15 desaparecidos - entre eles um recém-nascido e um menor de dois anos.
Hoje de manhã, seis pessoas continuavam hospitalizadas, cinco das quais bombeiros, com queimaduras e alguns traumatismos, mas sem correrem perigo de vida, segundo o presidente da Generalitat Valenciana, Carlos Mazón.
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