ONU vai debater multilateralismo para enfrentar desafios ambientais
A VI Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente (UNEA-6), o principal órgão de decisão ambiental, vai discutir na próxima semana no Quénia o multilateralismo como forma de responder aos desafios ambientais mais prementes do planeta.
© Lusa
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O encontro reunirá "mais de 5.000 representantes de governos, da sociedade civil e do setor privado", de 26 de fevereiro a 01 de março, no complexo das Nações Unidas em Nairóbi, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
A assembleia, que inclui os 193 Estados-membros da ONU, avaliará a chamada "crise tripla planetária": a crise das alterações climáticas, a crise da perda da natureza e biodiversidade e a crise da poluição e desperdício.
Na sessão deste ano, a sexta desde o lançamento da assembleia em 2014, os países irão considerar cerca de 19 resoluções que abrangem desafios como travar a desertificação, combater a poluição atmosférica ou limitar a poluição química.
As resoluções da UNEA não são juridicamente vinculativas, mas são consideradas um primeiro passo importante no caminho para acordos ambientais globais e formulação de políticas nacionais.
Fazem também parte de um esforço mais amplo da assembleia para acelerar a campanha global contra a "crise tripla planetária".
"A UNEA-6 terá um foco especial na forma como um multilateralismo mais forte pode ajudar a alcançar" acordos, disse a diretora executiva do PNUMA, Inger Andersen, em comunicado.
"Isto impulsionará uma ação unida, inclusiva e multilateral que aborde todos os aspetos da tripla crise planetária como um desafio indivisível", sublinhou Andersen.
A diretora executiva do PNUMA admitiu no dia 08, numa conferência de imprensa em Nairobi, que "a UNEA-6 não resolverá os problemas do mundo da noite para o dia", mas unirá os países "sob a bandeira da ação ambiental".
A assembleia surge, segundo o PNUMA, num "momento crítico" para o planeta, com as alterações climáticas a intensificarem-se, um milhão de espécies a caminhar para a extinção e a poluição a continuar a ser uma das principais causas de morte prematura no mundo.
"Devemos encontrar formas práticas de promover o direito humano a um ambiente saudável, que é crucial para o desenvolvimento sustentável", defendeu a ministra da Transição Energética marroquina e presidente da UNEA-6, Leila Benali, no mesmo comunicado.
O segmento de alto nível da UNEA-6, que reunirá ministros e chefes de Estado, terá lugar nos dias 29 de fevereiro e 01 de março e abordará o tema da reunião: "Ações multilaterais eficazes, inclusivas e sustentáveis para enfrentar as alterações climáticas, a perda de biodiversidade e poluição".
Este ano assinala-se o 10º aniversário da UNEA, cujas sessões anteriores desempenharam um papel fundamental na definição da política ambiental global.
A V Assembleia da ONU para o Ambiente (UNEA-5) fez história em 2022 em Nairobi ao aprovar uma resolução para iniciar a negociação do primeiro tratado global contra a poluição dos plásticos.
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