CE envolvida em suspeitas de 'portas giratórias' na fusão Bayer-Monsanto

As organizações Corporate Europe Observatory e LobbyControl denunciaram hoje um alegado caso de 'portas giratórias' com um funcionário da Comissão Europeia (CE), relativo ao processo conducente à aprovação da compra da Monsanto pela Bayer.

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Lusa
26/02/2024 23:46 ‧ 26/02/2024 por Lusa

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Comissão Europeia

A fusão foi aprovada pela Comissão em março de 2018, se bem que sujeita a várias condições, entre as quais a venda de ativos ao grupo químico alemão BASF que lhe permitissem concorrer com o produto 'estrela' da Monsanto, o glifosato.

Segundo aquelas organizações, o economista-chefe da Direção-Geral de Concorrência (DGC) da Comissão Europeia, cujo nome não publicam, foi contratado em setembro desse ano pela consultora Compass Lexecon como vice-presidente.

Esta consultora interveio no processo de avaliação da fusão, entregando relatórios "cruciais" às autoridades europeias de concorrência favoráveis à compra por este grupo de uma "parte significativa" dos ativos que a Bayer tinha de vender para a operação ser autorizada.

A Corporate Europe e a LobbyControl assinalam ainda que a equipa da DGC que estava com a análise da fusão Bayer-Monsanto a cargo "agradeceu explicitamente a essa persona a sua contribuição para o caso".

Em 2020, a pessoa em causa regressou ao seu cargo de economista-chefe da DGC, no que estas organizações denominam um "duplo movimento de portas giratórias", antes de e mudar para a Direção-Geral de Fiscalidade dois anos depois.

A Corporate Europe e a LobbyControl solicitaram no final do ano passado documentação à Comissão relacionada com o processo de aprovação da fusão, bem como sobre a pessoas cujo comportamento denunciam, mas a sua pretensão foi recusada pelo Executivo comunitário.

"Há muitos sinais alarmantes neste processo. Não se deve subestimar o impacto desta fusão. Mudou a agricultura a nível global, ao impulsionar a agenda da agroindústria tóxica, as patentes das sementes e dos transgénicos para um monopólio cada vez maior", realçou João Camargo, investigador da Corporate Europe Observatory.

"Queremos saber se houve algum conflito de interesses dentro da autoridade de concorrência da União Europeia na fusão Bayer-Monsanto", resumiu, por seu lado, Max Bank, da LobbyControl.

Leia Também: Bruxelas defende revisão de regras do PAC ainda nesta legislatura

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