"Penso que toda a gente reconhece que temos um limite de tempo, toda a gente reconhece a importância de conseguirmos fazer isto [alcançar um acordo para tréguas] antes do início do Ramadão. Se este conflito continuar durante o Ramadão, penso que terá consequências muito graves", afirmou o chefe da diplomacia egípcia, Sameh Shoukry, no Fórum Diplomático de Antalya, na Turquia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, que está a liderar a mediação entre Israel e o Hamas, juntamente com o Qatar, disse que a continuação dos combates no mês sagrado muçulmano, com início em 10 de março, iria causar "emoções ainda mais fortes" e "mais complexidades, mais dificuldades em lidar com a crise".
"Esperamos que as áreas de divisão entre os dois lados possam ser reunidas e que possamos, pelo menos, chegar a acordo sobre um cessar-fogo temporário que conduza a um cessar-fogo permanente", disse Shoukry.
O governante egípcio afirmou que foi alcançado "um ponto de entendimento" nas negociações e que o Egito "fará o seu melhor" em cooperação com o Qatar e os Estados Unidos.
"Estamos esperançados que possamos chegar a uma cessação das hostilidades e a uma troca de prisioneiros e reféns", afirmou Shoukry, que recordou que na última semana se realizaram conversações em Paris e também em Doha para se chegar a um acordo entre Israel e o movimento islamita palestiniano.
O Hamas insiste que uma trégua temporária seja acompanhada de um acordo para uma segunda fase de cessação das hostilidades, a que Israel se opõe e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, classificou na quinta-feira de "ilusórias" as exigências do grupo.
O projeto de acordo, ainda não concluído, prevê a troca de dez prisioneiros palestinianos por cada refém e uma trégua de cerca de seis semanas, possivelmente coincidindo com o Ramadão.
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