O maior número de detidos foi registado em Novosibirsk, com pelo menos 31 detenções, bem como em outros locais, como Yekaterinburg (19) e Moscovo (17).
Também houve detidos em Voronezh, São Petersburgo, Chelyabinsk, Astracã e Kazan, de acordo com a ONG.
A organização indicou que entre os detidos está um jornalista e acrescentou que muitos destes foram detidos quando tentavam viajar de outras províncias do país para Moscovo, para assistir ao funeral, que durou apenas 20 minutos depois de as autoridades religiosas terem sido pressionadas para encurtar a duração, segundo ativistas e seguidores de Navalny.
Entre os detidos está Pavel Sichev, conselheiro do candidato da oposição russa Boris Nadezhdin, crítico da invasão russa da Ucrânia e cuja candidatura às eleições presidenciais de março foi rejeitada pela Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia, no que muitos consideram uma medida das autoridades para limpar o caminho do Presidente Vladimir Putin para a reeleição.
Na cidade de Novosibirsk, o vice-presidente da câmara, Anton Kartavin, foi detido durante uma vigília realizada na cidade.
Muitas outras pessoas foram detidas em Ecaterimburgo, também por depositarem flores em memória do opositor russo.
"A razão formal para estas detenções pode ser a participação em eventos anteriores em memória do político, mas a maioria destas detenções procura intimidar ativistas e seguidores de Navalny", sublinhou a OVD-Info.
Navalny, que morreu a 16 de fevereiro numa prisão do Ártico, foi sepultado hoje no cemitério de Borissovo, em Moscovo, rodeado de familiares e amigos.
"O caixão foi baixado à terra", anunciou nas redes sociais Ivan Jdanov, um dos colaboradores mais próximos do líder da oposição, citado pela agência francesa AFP.
"Adeus, meu amigo", acrescentou.
A multidão reunida perto do cemitério gritou "Não à guerra!" em protesto contra o ataque russo à Ucrânia, que começou há mais de dois anos, noticiou a AFP.
"Ele não tinha medo e nós não temos medo", gritaram apoiantes de Navalny, apesar da grande presença policial na zona.
"Não vamos perdoar", gritaram também.
Crítico declarado do regime do Presidente russo, Vladimir Putin, e carismático defensor da luta contra a corrupção, Navalny morreu aos 47 anos em circunstâncias ainda pouco claras.
Os serviços prisionais disseram que sofreu um colapso súbito após uma caminhada na colónia penal do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos por extremismo e a certidão de óbito menciona causa natural,
Os seus associados, a viúva Yulia Navalnaia e muitos líderes ocidentais acusam Putin de ser o responsável pela morte de Navalny.
A presidência russa negou tais acusações.
Leia Também: "A morte de Navalny é como que um símbolo do estado em que se encontra"