De acordo com o último relatório do sindicato da polícia haitiana, citado pela agência de noticias espanhola EFE, cinco polícias foram mortos na quinta-feira, sendo que os seus corpos ainda não foram recuperados.
As mortes ocorreram na sequencia de um ataque à esquadra da policia em Bom Repôs, que foi levado a cabo por bandos armados.
Perante a violência extrema que se vive atualmente, centenas de pessoas estão a fugir da área metropolitana de Port-au-Prince para cidades provinciais ou outras zonas que, até agora, têm estado menos expostas aos ataques de poderosos bandos armados.
Alguns relatos sugerem que os bandos estão a tentar invadir a prisão civil da capital, no centro da cidade, para libertar os colegas presos há vários anos.
Apesar do ambiente tenso que se vive na cidade, a EFE relata que hoje há um tímido retomar da atividade nas ruas de Port-au-Prince, com os transportes públicos a funcionar novamente, depois da paralisação total de quinta-feira, quando as escolas e as empresas mandaram os seus estudantes e trabalhadores para casa e, no aeroporto, um avião foi alvejado.
O primeiro-ministro e presidente interino do Haiti Ariel Henry encontra-se atualmente em Nairobi, onde o Quénia e o Haiti assinaram hoje um acordo bilateral solicitado pelos tribunais haitianos para permitir o envio de um contingente de mil polícias haitianos, no âmbito da missão multinacional de apoio à segurança que os quenianos irão liderar e que a ONU aprovou em outubro passado.
Entretanto, o chefe da coligação de bandos G9, o ex-polícia Jimmy Cherisier "Barbucue", voltou a anunciar o início de uma "revolução" e prometeu derrubar o governo de Ariel Henry.
"Nós, os homens armados, decidimos tomar o futuro nas nossas próprias mãos", disse "Barbucue" sobre a situação do Haiti, um país mergulhado numa crise aguda a todos os níveis e no meio de uma violência extrema dos gangues, que controlam uma grande parte de Port-au-Prince e outras áreas.
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