UA condena massacre de palestinianos em busca de ajuda humanitária

O presidente da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, acusou hoje Israel de um "massacre maciço de palestinianos", após a morte de mais de 100 pessoas durante uma entrega de ajuda humanitária, que as autoridades locais atribuíram aos israelitas.

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Lusa
02/03/2024 09:17 ‧ 02/03/2024 por Lusa

Mundo

União Africana

"O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, condena veementemente o ataque das forças israelitas, que matou e feriu mais de 100 palestinianos que procuravam ajuda humanitária vital", afirmou a UA numa declaração publicada hoje na rede social X (ex-Twitter).

Na declaração, Mahamat apelou para a realização de um inquérito internacional após a trágica distribuição de ajuda humanitária provocada por disparos israelitas.

A tragédia foi criticada amplamente pela comunidade internacional, tendo o Presidemnte turco, Recep Tayyip Erdogan, de acordo com agência de notícias turca Anadolu, defendido que o que está a acontecer em Gaza "não é definitivamente uma guerra".

"É uma tentativa de genocídio porque mesmo a guerra tem moralidade, normas e leis que devem ser seguidas", frisou, sustentando que Israel está a cometer barbárie com ataques contra hospitais, igrejas, mesquitas, escolas, universidades, ambulâncias, bem como campos de refugiados ou mesmo "filas para receber ajuda alimentar".

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, realçou, em resposta através da rede social X, que Ancara "massacra constantemente os curdos na Turquia e na região", rejeitando as acusações de genocídio.

"Senhor Erdogan, não somos como você. Estamos a lutar contra o seu cúmplice, o Hamas, a quem você acolheu na Turquia e permitiu que cometesse massacres e homicídios. Você deveria ficar em silêncio e envergonhado!", sublinhou.

As autoridades de Gaza denunciaram um massacre cometido pelo Exército de Israel, acusando-o de atacar civis concentrados junto a uma coluna humanitária.

Também a Autoridade Palestiniana referiu-se a um "atroz massacre" e sublinhou que "é parte integrante da guerra genocida por parte do Governo de ocupação".

O exército de Israel atribuiu a matança a uma "fuga desordenada" e limitou a dez as pessoas mortas pelos militares. Publicou ainda um vídeo que demonstra a aglomeração de pessoas junto aos veículos, e quando se agrava a crise humanitária no enclave, em particular na zona norte.

No ataque de 07 de outubro do movimento islamita Hamas em território junto à Faixa de Gaza, foram mortas cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo números oficiais israelitas. 

Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 30.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas pelo menos 70.000, também maioritariamente civis. Cerca de 8.000 corpos permanecem debaixo dos escombros, segundo as autoridades locais.

Leia Também: África pede aos EUA para prologarem programa de luta contra a SIDA

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