Os resultados oficiais deverão ser anunciados no domingo, dois dias após o ato eleitoral, tal como aconteceu nas eleições legislativas de anos anteriores.
Cerca de 60 mil assembleias de voto abriram na sexta-feira no Irão durante 16 horas, depois de ter sido prolongado o horário de votação três vezes até à meia-noite em todo o país, onde mais de 61 milhões de pessoas foram chamadas às urnas.
As eleições são dominadas pelo bloco conservador, que dispõe atualmente de uma maioria parlamentar, na sequência da desqualificação de numerosos candidatos reformistas, que puseram em causa a liberdade das eleições e, em alguns casos, apelaram para um boicote.
Cerca de 15.200 candidatos, 1.713 dos quais mulheres, disputam os 290 lugares no parlamento, enquanto 144 clérigos concorrem aos 88 lugares da Assembleia de Peritos, o órgão que elege o líder supremo da República Islâmica em caso de vacatura.
O órgão é eleito de oito em oito anos e o resultado destas eleições poderá ter um grande significado para o futuro da República Islâmica, dado que Khamenei tem 84 anos.
De acordo com a agência estatal IRNA, que cita dados provisórios, a taxa de participação foi de 41%, mais elevada do que o previsto, dada a aparente indiferença do eleitorado.
Esta apatia deve-se à má situação económica do país, à desqualificação de candidatos reformistas e ao descontentamento político, acentuado pelos protestos desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini, depois de ter sido detida por não usar corretamente o véu islâmico.
Durante meses, jovens iranianos protestaram nas ruas do país, com gritos de "mulher, vida, liberdade", enquanto pediam liberdade e o fim da República Islâmica. Os protestos enfraqueceram depois de cerca de 500 manifestantes terem sido mortos pelas forças de segurança.
As sondagens apontavam para uma taxa de participação entre 30 e 41%, em comparação com as legislativas de 2020, em que 42% dos eleitores votaram, o nível mais baixo da história da República Islâmica.
Centenas de ativistas, políticos, associações de estudantes, professores, além da prémio Nobel da Paz Narges Mohammadi consideraram o boicote "uma obrigação moral para os iranianos que amam a liberdade e procuram a justiça".
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