Campanha 'online' no Uganda denuncia corrupção no país

Uma campanha de protesto 'online' no Uganda, onde as manifestações são praticamente proibidas, está a denunciar abusos de fundos públicos, corrupção e irregularidades entre Governo e oposição, noticiou hoje a agência de notícias Associated Press (AP).

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Lusa
04/03/2024 14:05 ‧ 04/03/2024 por Lusa

Mundo

Uganda

 

A campanha está a decorrer na rede social X (antigo Twitter).

Segundo a AP, a campanha baseia-se em fugas de documentos oficiais e tem sido apresentada como uma "exposição de questões controversas".

As mais recentes publicações, sobre a Assembleia Nacional do Uganda, pretendem revelar pormenores sobre o "abuso de recursos públicos, nepotismo no recrutamento de pessoal e até conluio entre funcionários públicos e legisladores em comissões de supervisão", de acordo com a AP.

Por outro lado, focam-se na presidente do parlamente ugandês, Anita Among, membro influente do partido no poder, criticada por alegadamente ter recebido cerca de 825 mil euros em subsídios para viagens ao estrangeiro, incluindo viagens que não se realizaram.

Among não se pronunciou ainda sobre a campanha 'online' e a AP referiu que os dados citados ainda não foram confirmados de forma independente.

Um dos organizadores da campanha é Jimmy Ssentongo, um ativista no Uganda.

O porta-voz da Assembleia Nacional, Chris Obore, comunicou que "o parlamento reconhece as preocupações levantadas" pela campanha sobre a instituição.

"No espírito de abertura, responsabilidade e transparência, temos o dever de estudar as especificidades de todas as preocupações e abordá-las de forma conclusiva", afirmou, sem entrar em pormenores.

O Governo do Presidente, Yoweri Museveni, no poder desde 1986, é acusado há muito tempo de proteger funcionários corruptos de processos criminais.

Após a reeleição para um sexto mandato, em 2021, Museveni prometeu combater a corrupção.

"Num país em que o espaço cívico tem vindo a diminuir, os cidadãos estão a encontrar formas alternativas e inovadoras de expressar o seu descontentamento em relação à forma como o país está a ser governado", disse o diretor do grupo de vigilância da Coligação Anti-Corrupção do Uganda, Marlon Agaba.

A campanha procura também expor irregularidades entre o Governo e figuras da oposição.

Leia Também: Presidente do Uganda assume liderança do Movimento dos Não Alinhados

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