"A justiça será feita". Zelensky saúda mandados do TPI a oficiais russos

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou hoje a emissão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de mandados de prisão contra dois comandantes russos por crimes de guerra e avisou que quem ataca civis prestará contas perante a Justiça.

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© Andrew Kravchenko/Bloomberg via Getty Images

Lusa
05/03/2024 17:26 ‧ 05/03/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Qualquer comandante russo que ordene ataques contra civis ucranianos e infraestruturas críticas deve saber que a justiça será feita", afirmou Zelensky na rede social X.

O TPI emitiu hoje mandados de prisão por alegados crimes de guerra na Ucrânia contra dois altos oficiais militares russos: Sergei Kobylach, comandante da aviação de longo alcance das forças aeroespaciais, e Viktor Sokolov, da Frota do Mar Negro.

Os dois oficiais de alta patente agora alvo do TPI são presumivelmente responsáveis por crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos quando mísseis foram disparados contra numerosas infraestruturas elétricas em diferentes locais da Ucrânia entre "pelo menos 10 de outubro de 2022 e pelo menos 09 de março de 2023", explicou o tribunal internacional.

Os dois comandantes terão liderado estes ataques e causado danos excessivos contra civis ou propriedades não militares.

Segundo o TPI, Sergei Kobylach e Viktor Sokolov são suspeitos de terem responsabilidade individual por "atos desumanos", qualificados como crimes contra a humanidade, quer por terem cometido os atos em conjunto ou através de terceiros, quer ainda por terem sido incapazes de controlar os homens sob o seu comando.

Na primavera de 2023, o TPI, com sede em Haia, também emitiu mandados de prisão contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e contra Maria Alekseyevna Lvova-Belova, comissária para os Direitos da Criança, pelo seu papel na deportação de menores que viviam na Ucrânia.

A guerra na Ucrânia, provocada pela invasão de forças russas em 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo de depor o regime eleito de Kiev e seus comandos militares, entrou no terceiro ano, numa fase em que as forças de Moscovo tentam conquistar territórios no leste do país.

As Forças Armadas ucranianas deparam-se com falta de armas e munições, apesar das promessas de ajuda dos seus aliados ocidentais, quando as perspetivas de diálogo entre Moscovo e Kiev continuam remotas, num conflito que já matou dezenas de milhares de pessoas de ambos os lados, muitos dos quais civis.

Leia Também: Tribunal internacional emite mandados de captura contra oficiais russos

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