O país da África Austral, que faz fronteira com Moçambique, vive mergulhado numa grave crise económica há mais de 20 anos e está sujeito a sanções norte-americanas desde o início dos anos 2000.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o fim das medidas impostas em 2003 por George W. Bush, que tinha apelado a um reforço das medidas globais contra o país então governado com mão de ferro por Robert Mugabe.
No entanto, os Estados Unidos anunciaram novas sanções contra o atual Presidente, Emmerson Mnangagwa, e vários altos funcionários, acusando-os de corrupção e de violação dos direitos humanos.
Estas medidas incluem o congelamento de todas as propriedades nos Estados Unidos e a proibição de todas as viagens não oficiais ao país.
"Todas estas medidas eram ilegais e injustificadas na altura; continuam a sê-lo hoje e até serem incondicionalmente levantadas", declarou o Governo zimbabueano em comunicado, exigindo que Washington "apresente provas que sustentem" o que classificou como "acusações gratuitas".
O levantamento das antigas sanções "não pode, de forma alguma, expiar, e muito menos apagar, os crimes hediondos cometidos contra o Zimbabué e o seu povo" e "não se pode esperar que o Zimbabué agradeça ou se sinta grato ao Presidente Biden e aos Estados Unidos por terem anunciado medidas paliativas destinadas a inverter finalmente uma ilegalidade e um ultraje perpetrados ao longo de mais de duas décadas".
"Nada menos do que a supressão rápida e incondicional de todas estas medidas coercivas ilegais (...) é aceitável", prosseguiu o Governo zimbabueano, que responsabiliza regularmente as sanções americanas pela situação económica desastrosa do país.
De acordo com Washington, as novas medidas fazem parte de uma "política de sanções mais firme e mais direcionada" contra o Zimbabué.
Mnangagwa, cujo partido está no poder desde a independência, em 1980, foi reeleito em 2023, num ato eleitoral cuja imparcialidade foi posta em causa.
As esperanças de um desanuviamento nas relações entre os dois países surgiram brevemente após a destituição de Robert Mugabe do poder em 2017 por Emmerson Mnangagwa, mas nos últimos anos este foi acusado pelas potências ocidentais e organizações de direitos humanos de reprimir a oposição e sufocar qualquer dissidência.
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