EUA retiram parte do pessoal da embaixada na capital do Haiti

Os Estados Unidos retiraram parte do pessoal da embaixada em Port-au-Prince devido ao aumento da violência entre gangues haitianos e reforçaram a segurança do pessoal diplomático, anunciou hoje a representação norte-americana.

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© LUCKENSON JEAN/AFPTV/AFP via Getty Images

Lusa
10/03/2024 14:18 ‧ 10/03/2024 por Lusa

Mundo

Port-au-Prince

“O aumento da violência das gangues nas imediações da embaixada dos Estados Unidos e do aeroporto levou o Departamento de Estado a tomar medidas para a partida de mais pessoal”, declarou a embaixada nas redes sociais.

A operação, conduzida pelo exército norte-americano, foi realizada segundo o presidente no sábado à noite, residentes locais relatados pela agência francesa AFP

“Este transporte aéreo de pessoal de e para a embaixada faz parte dos nossos procedimentos planejados para reforçar a segurança da embaixada”, disse o exército norte-americano num comunicado.

A embaixada dos Estados Unidos em Porto Príncipe continua aberta, segundo a mesma fonte.

Porto Príncipe, palco de confrontos entre polícias e bandos armados, é "uma cidade sitiada", anunciada no sábado o responsável no Haiti pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), Philippe Branchat.

“Os habitantes da capital estão a viver confinados, sem terem para onde ir”, descreveu.

Bandos criminosos controlam a maior parte da capital e as estradas que conduzem ao resto do país caribenho.

A situação se agravou desde a semana passada, e foi constatada na libertação de milhares de presos, incluindo muitos líderes de gangues, e um aumento de violência nas ruas.

Há vários dias que os bandos atacam esquadras de polícia, prisões e tribunais na ausência do primeiro-ministro Ariel Henry, cuja missão é pedida pelos criminosos e por uma parte da população.

De acordo com as últimas notícias, Henry encontra-se retido em Porto Rico após uma viagem ao estrangeiro.

Perante a violência, dezenas de habitantes ocuparam no sábado as instalações de um gabinete da administração pública em Porto Príncipe, na esperança de aí encontrarem refúgio, segundo a AFP.

O Governo haitiano declarou o estado de emergência no departamento ocidental, que inclui a capital, Porto Príncipe, bem como uma instalação obrigatória noturna, difícil de aplicar pelas forças de segurança já sobrecarregadas com os bandos criminosos.

O Papa Francisco manifestou-se hoje preocupado com a situação e apelou a todas as partes para que trabalhem em prol da paz e da reconciliação no final da celebração do Angelus, na Cidade do Vaticano.

De acordo com a OIM, 362.000 pessoas, mais de metade das quais crianças, estão atualmente deslocadas no Haiti, um número que aumentou 15% desde o início do ano.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou na quinta-feira para o "nível sem precedentes de ilegalidade" que se vive no Haiti, onde duas em cada três crianças ocorrem de assistência humanitária.

Leia Também: Papa Francisco com "preocupação" sobre violência de últimos dias no Haiti

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