O ataque a Leonid Volkov em Vílnius foi provavelmente "uma operação organizada e realizada pela Rússia", avançaram os serviços de segurança nacional lituanos, em comunicado oficial.
Agredido violentamente na terça-feira com um martelo frente à sua casa em Vilnius, Volkov, de 43 anos, foi hospitalizado, tendo mais tarde explicado, numa mensagem na rede Telegram, que foi atingido 15 vezes numa perna.
O Governo da Lituânia, país onde o opositor do regime do Presidente russo, Vladimir Putin, vive em exílio, descreveu o ataque como "chocante", tendo a polícia anunciado, em comunicado, que "já foi aberta uma investigação criminal".
Segundo o vice-chefe de polícia, Saulius Tamulevicius, os investigadores estão a seguir várias pistas, mas nenhum suspeito foi ainda identificado.
"Estamos a tomar todas as medidas necessárias para esclarecer os motivos e causas deste crime. Vários caminhos estão a ser estudados", disse, em declarações à rádio LRT.
O ataque aconteceu quase um mês após a morte de Navalny, em 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa colónia penal do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos de prisão por alegado extremismo.
Considerado como uma das principais figuras da oposição russa, Leonid Volkov, que era um dos "tenentes" de Alexei Navalny, culpou o Putin pela morte.
O ataque aconteceu também poucos dias antes das eleições presidenciais na Rússia, que deverão prolongar o mandato do líder do Kremlin (presidência russa).
De acordo com a descrição do ataque a Volkov divulgada pela ex-porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, "alguém partiu a janela de um carro e jogou gás lacrimogéneo nos olhos [do opositor russo]", antes de lhe bater com um martelo.
A mulher de Volkov, Anna Biryukova, publicou fotografias nas redes sociais que mostram os ferimentos do marido, incluindo um olho roxo, uma marca vermelha na testa e sangue na perna.
Volkov saiu hoje do hospital, adiantou uma fonte do Governo lituano, referindo ter ainda "hematomas em várias partes do corpo e uma fratura num osso da mão".
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