Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros libanês exprimiu preocupação pelo aumento dos ataques, que poderá conduzir a uma guerra em toda a região.
O ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, Abdullah Bou Habib, denunciou que os últimos ataques israelitas desta semana recaíram sobre a cidade de Baalbek, longe da fronteira onde estes confrontos têm habitualmente lugar, pelo que parece haver "uma vontade israelita de prolongar o conflito".
Habib apelou, por isso, à comunidade internacional para que pressione Israel a pôr termo à sua "agressão", que "continua a um ritmo acelerado", segundo o diário libanês L'Orient Le Jour.
A este respeito, Habib disse que espera que os membros do Conselho de Segurança condenem coletiva e unanimemente "a agressão israelita contra o Líbano" e se esforcem por "aplicar plenamente" as resoluções pertinentes, a fim de alcançar uma calma duradoura na fronteira sul do Líbano.
O exército israelita e o Hezbollah, partido da milícia xiita, intensificaram os confrontos na fronteira na sequência da campanha militar israelita na Faixa de Gaza em resposta aos ataques do Hamas, a 07 de outubro de 2023.
Terça-feira, a força aérea israelita bombardeou pelo segundo dia consecutivo alvos no vale de Bekaa (leste do Líbano), longe da fronteira comum, informou a rádio Al Nour, do grupo xiita libanês.
Segundo a estação emissora do Hezbollah, os mísseis atingiram um edifício no centro da cidade de Naih Shit, perto de um templo dedicado ao antigo líder do movimento xiita, Abbas Musawi.
O Estado judaico já tinha bombardeado na segunda-feira à noite vários pontos do vale de Bekaa, incluindo alvos perto de Baalbek, matando pelo menos uma pessoa e levando o Hezbollah a disparar uma centena de foguetes em resposta.
Os dois ataques israelitas na região são os mais graves desde o início do fogo cruzado em outubro passado e o pior combate entre as duas partes desde a guerra de 2006.
As duas partes têm estado envolvidas num intenso fogo cruzado desde 08 de outubro, um dia depois do início da guerra de Gaza, que já custou a vida a pelo menos 338 pessoas, a maioria das quais do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 233 baixas da milícia, algumas delas na Síria.
Em Israel, 17 pessoas foram mortas no norte (10 militares e sete civis). Do outro lado da fronteira, pelo menos 321 pessoas morreram, incluindo 40 membros das milícias palestinianas, um soldado libanês e 47 civis, incluindo dez menores e três jornalistas, além dos combatentes do Hezbollah.
Os combates, os piores desde a guerra de 2006 entre as duas partes, têm-se tornado cada vez mais intensos ao longo dos meses e intensificaram-se com particular intensidade nas últimas semanas.
Atualmente, com o fracasso das tentativas da comunidade internacional para se obter um cessar-fogo em Gaza, teme-se que a troca de tiros quotidiana possa dar origem a uma nova guerra entre Israel e o Líbano.
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