A juíza que preside o caso dos documentos confidenciais alegadamente mantidos pelo antigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de forma ilegal, na Florida, negou a moção que apelava à rejeição das acusações por ambiguidade inconstitucional.
Durante cerca de três horas e meia, a juíza Aileen Cannon ouviu os argumentos da defesa do magnata, que justificou que a lei usada pelos procuradores para acusar Trump de ter armazenado documentos relacionados com a defesa nacional sem autorização era demasiado vaga para ser aplicada no caso, noticiou a CNN.
“Embora a moção levante vários argumentos que merecem consideração séria, o Tribunal determinou, após uma longa argumentação oral, que a resolução da questão geral apresentada depende muito de questões de instrução contestadas sobre definições variáveis de termos/frases legais aplicadas”, escreveu a responsável.
Cannon apontou ainda que a potencial imprecisão da lei seria melhor considerada “com instruções do júri e/ou outras moções apropriadas”.
Ainda assim, a juíza não se pronunciou quanto à moção para rejeitar o caso com base no argumento de que Trump tinha autoridade como presidente para declarar que os documentos faziam parte dos seus registos “pessoais”, nem quanto a qualquer outra das nove moções apresentadas.
Recorde-se que, em fevereiro, a defesa de Trump declarou inocência perante as 40 acusações apresentadas pelo procurador especial norte-americano Jack Smith e argumentou que a retirada de documentos da Casa Branca, que o antigo chefe de Estado manteve na sua mansão de Mar-a-Lago, foi um ato oficial.
O julgamento tem início agendado para maio 20 de maio.
O empresário, que perdeu as eleições presidenciais de 2020 para o democrata Joe Biden, enfrenta quatro acusações de conspiração contra os Estados Unidos, por impedir o Congresso de certificar os resultados das urnas, por conspirar contra o direito de voto, bem como de tentar obstruir a certificação dos resultados da votação.
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