"O navio continha 130 paletes de equipamento humanitário, 115 toneladas de alimentos e água, que foram transferidos para 12 camiões WCK (organização World Central Kitchen), que os distribuirão pelo norte da Faixa de Gaza", destacaram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), em comunicado.
As IDF, que destacaram forças navais e terrestres para proteger a área, sublinharam que a operação "faz parte do esforço humanitário mais amplo na Faixa de Gaza, liderado pelos Emirados Árabes Unidos e conduzido em coordenação com Israel".
"As embarcações e mercadorias foram submetidas a uma ampla inspeção de segurança. A entrada coordenada de ajuda humanitária foi realizada de acordo com o acordo com a empresa civil. É importante sublinhar que a entrega de ajuda humanitária não afeta o bloqueio marítimo", vincou ainda na mesma fonte.
Após três dias de navegação a partir de Chipre, o navio "Open Arms" chegou hoje à costa de Gaza, naquela que foi a primeira viagem no corredor marítimo humanitário promovido pela União Europeia (UE), com o objetivo de aliviar a fome no enclave palestiniano face à escassa ajuda que entra por terra após mais de cinco meses de guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.
O navio espanhol transporta toneladas de farinha, arroz, lentilhas, grão-de-bico, atum e outros produtos básicos que serão convertidos num milhão de refeições para os habitantes do enclave.
A organização não-governamental (ONG) afirmou estar a descarregar "alimentos desesperadamente necessários", depois de grupos humanitários e a ONU terem avisado há dias que nem a ajuda marítima nem a ajuda aérea podem substituir os alimentos que chegam por terra.
Um segundo carregamento de 400 toneladas de alimentos, retido no porto cipriota de Larnaca, deverá chegar nos próximos dias, disse na quinta-feira à agência de notícia espanhola Efe Juan Camilo Jimenez, diretor de resposta da WCK.
Israel e o Hamas estão em guerra desde 07 de outubro de 2023, quando operacionais do grupo islamita palestiniano fizeram um ataque sem precedentes em solo israelita, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando cerca de 240 outras.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que já causou cerca de 31.500 mortos, segundo o governo do Hamas.
Devido à guerra em Gaza, 85% da população de Gaza foi deslocada e 60% das infraestruturas, segundo a ONU, foram danificadas ou completamente destruídas.
Grande parte da população sofre de fome e pelo menos 27 pessoas, na sua maioria crianças, morreram só no norte do enclave devido a subnutrição aguda, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, no poder no enclave desde 2007.
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