Putin felicita líderes da Crimeia pelo 10.º aniversário da "reunificação"

O Presidente russo, Vladimir Putin, felicitou hoje em dois telefonemas os líderes da península ucraniana anexada da República da Crimeia pelo 10.º aniversário da "reunificação" com a Rússia, informou o Kremlin.

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© Artem Priakhin/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
16/03/2024 20:17 ‧ 16/03/2024 por Lusa

Mundo

Vladimir Putin

Putin telefonou ao líder da República da Crimeia, Serguei Axionov, e ao prefeito da cidade portuária de Sebastopol, Alexei Chali.

Assinalam-se hoje 10 anos desde que a Crimeia decidiu juntar-se à Federação Russa, segundo os resultados oficiais de um referendo separatista realizado sob ocupação militar russa, condenado e não reconhecido por Kiev e por grande parte da comunidade internacional.

Horas antes da informação divulgada pelo Kremlin, também o ministério russo dos Negócios Estrangeiros saudou a decisão dos habitantes da península de "ficarem com a Rússia para sempre", sustentando que "as mudanças significativas ocorridas [...] confirmam a justeza da escolha histórica feita pelos habitantes da Crimeia há 10 anos a favor da reunificação com a Rússia".

O ministro da tutela, Serguei Lavrov, afirmou, citado pela agência noticiosa russa TASS, que "a questão da propriedade da Crimeia e de Sebastopol está encerrada - a península é parte integrante da Federação Russa".

Lavrov sublinhou que no território da Crimeia, os direitos de todos os cidadãos são respeitados sem exceção, independentemente da sua nacionalidade ou língua preferida.

"Os desenvolvimentos subsequentes mostraram que a decisão foi a única correta. Permitiu proteger a vida, a honra e a dignidade dos cidadãos da Crimeia", alegou.

De acordo com uma sondagem divulgada por Moscovo esta semana, 86% dos russos continuam a apoiar a "reunificação" da Crimeia, como é conhecida na Rússia a anexação da península ucraniana.

Em 16 de março de 2014, os habitantes da Crimeia, península pertencente à Ucrânia desde 1954, foram chamados a votar num referendo em que lhes foram dadas duas opções -- "reunificação" com a Rússia ou manutenção do estatuto da Crimeia como parte da Ucrânia.

O resultado oficial foi significativo: 96,5% dos habitantes da Crimeia - mais de 80% dos quais de etnia russa - apoiaram a integração na Federação Russa.

Em 18 de março desse ano, o Presidente russo assinou no Kremlin o tratado de anexação da península ucraniana e da cidade de Sebastopol, base da frota russa no Mar Negro.

Tanto os políticos da Crimeia como os políticos federais russos argumentam hoje que a anexação da península impediu os Estados Unidos de estabelecerem uma base naval no território, o que lhe teria garantido o controlo do Mar Negro, uma ameaça direta à segurança da Rússia.

Putin deverá participar num comício na Praça Vermelha, na segunda-feira, para comemorar o 10.º aniversário da anexação, e celebrar a sua provável reeleição, no domingo, para um quinto mandato como Presidente russo.

A guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

[Notícia atualizada às 20h34]

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