Catalunha. Protestos bloqueiam acesso a cadeias e mantêm presos nas celas

Os acessos a cadeias da região espanhola da Catalunha estão hoje a ser bloqueados por centenas de pessoas em protesto pela morte de uma cozinheira dentro de uma prisão, assassinada por um preso na semana passada.

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Lusa
18/03/2024 12:12 ‧ 18/03/2024 por Lusa

Mundo

Espanha

Centenas de funcionários das prisões estão a bloquear os acessos a várias cadeias catalãs, onde foram suspensas visitas ou saídas precárias, segundo as autoridades da região autónoma, no nordeste de Espanha.

O protesto obrigará ainda a manter durante todo o dia cerca de 5.500 presos dentro das celas, como já aconteceu na sexta-feira passada e, no caso de cerca de 1.200 detidos, também no sábado, disseram as autoridades.

A cozinheira de uma cadeia de Tarragona foi assassinada na quarta-feira da semana passada, desencadeando protestos de funcionários prisionais, que se queixam de falta de condições de segurança e pedem a demissão dos membros do governo regional da Catalunha com a tutela da Justiça e das Prisões.

Na sexta-feira passada já houve bloqueios nos acessos às prisões da região e nesse dia já cerca de 5.000 presos foram mantidos dentro das celas, por falta de pessoal que garantisse a segurança dentro da cadeia.

Na sexta-feira e no sábado estiveram também já suspensas as visitas e saídas precárias das prisões e 1.200 reclusos ficaram pelo segundo dia consecutivo sem sair das celas.

No domingo, não houve protestos e a situação foi de normalidade, segundo o governo regional, que já marcou por duas vezes reuniões com os sindicatos dos funcionários prisionais, sem ter tido resposta.

Os sindicatos dizem que só se sentarão a negociar com as autoridades quando houver demissões.

Os protestos voltaram hoje, depois da trégua de domingo, e a polícia foi chamada aos diversos locais de concentração para tentar garantir o acesso aos edifícios, o que fez em apenas um dos casos.

Na sexta-feira, o responsável pela polícia catalã (Mossos d'Esquadra) recusou enviar agentes para os protestos e apelou à mediação entre os funcionários prisionais e o governo autonómico.

Nos protestos de hoje os acessos às cadeias foram bloqueados com barricadas de pneus e madeira, que foram incendiadas em alguns casos.

Os manifestantes disseram pretender manter bloqueados os acessos aos edifícios durante todo o dia, mas permitem a entrada de trabalhadores que asseguram os serviços básicos, como os de saúde e de cozinha.

Em solidariedade com os funcionários prisionais da Catalunha houve hoje de manhã protestos noutras partes de Espanha, com bloqueios dos acessos a cadeias em Málaga (região da Andaluzia) e Alicante (Comunidade Valenciana).

O departamento de Justiça do governo catalão alertou no sábado para "o risco e perigo" de bloquear os acessos às prisões e de manter os detidos confinados nas celas.

"Há pessoas fechadas nas celas" e isso tem um impacto "nessas pessoas, mas também nos trabalhadores", criando uma "situação de perigo" para todos, disse no sábado a conselheira de Justiça do governo catalão (equivalente a ministra num executivo nacional), Gemma Ubasart.

A conselheira apelou à "responsabilidade de todos" e pediu que fosse "garantida a boa convivência" e a rotina normal dentro das prisões, insistindo que, caso contrário, "o risco é elevado".

Gemma Ubasart, que falava numa conferência de imprensa, pediu também aos sindicatos para se sentarem a dialogar com o governo regional, o que considerou "imprescindível" face a uma situação que gerou e está a gerar "muita tensão".

Leia Também: Espanha sem orçamento este ano por causa das eleições na Catalunha

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