O fotógrafo viu 14 mortos em Pétion-Ville e dois moradores disseram à agência ter visto cerca de 10 desses corpos, sem poder dizer em que circunstâncias essas pessoas foram mortas, mas alegando que "bandidos armados" espalharam o terror desde o amanhecer em Laboule e Thomassin, dois bairros da comuna de Pétion-Ville, nos subúrbios da capital.
De acordo com as testemunhas, os elementos dos gangues atacaram um banco, um posto de abastecimento de combustível e residências particulares.
O Haiti, que já atravessava uma grave crise política e de segurança, foi assolado por uma onda de violência desde o início do mês, quando vários gangues uniram esforços para atacar pontos estratégicos de Porto Príncipe como parte da sua luta contra o primeiro-ministro Ariel Henry.
Altamente contestado, Henry não conseguiu regressar ao seu país após uma viagem ao Quénia e anunciou a sua demissão há uma semana, afirmando que o seu governo iria gerir os acontecimentos até à implementação de um conselho presidencial de transição.
Numa reunião de emergência realizada no mesmo dia com representantes do Haiti, da ONU e dos Estados Unidos, entre outros, a Comunidade das Caraíbas (Caricom) e os seus parceiros encarregaram os partidos políticos haitianos e o setor privado do país de criarem as autoridades de transição.
Mas as negociações para formar este órgão de sete membros votantes atrasaram-se, especialmente devido a divergências internas.
O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje à porta fechada para discutir a situação no Haiti.
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