A ideia foi avançada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Chipre, Constantinos Combos, numa reunião com representantes de 36 países, agências da ONU e organizações humanitárias, organizada pelo país da União Europeia (UE) geograficamente mais próximo do território palestiniano (370 quilómetros).
O primeiro navio, ligado à organização não-governamental espanhola "Open Arms", rebocou uma barcaça com 200 toneladas de alimentos fornecidos pela ONG norte-americana "World Central Kitchen" e chegou ao território palestiniano sitiado a 15 deste mês, após uma viagem de três dias a partir de Larnaca.
Um segundo navio, o "Jennifer", está à espera de condições meteorológicas favoráveis para poder zarpar de Larnaca, segundo o chefe da diplomacia cipriota.
Segundo a ONU, a grande maioria dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza está ameaçada pela fome.
A situação é particularmente grave para 300.000 pessoas no norte do território, onde a entrega de ajuda é perigosa numa altura em o conflito entre Israel e o Hamas está quase a completar cinco meses.
Perante a insuficiência da ajuda que chega por terra a Gaza, há duas semanas que estão a decorrer operações de lançamento de alimentos, água e medicamentos por paraquedas. Mas a ONU insiste que o envio de ajuda por mar ou por ar não substitui o envio por terra.
O objetivo da reunião, que contou também com a presença de responsáveis israelitas, é garantir o financiamento do corredor marítimo e analisar a forma como se pode maximizar a capacidade operacional cipriota, explicou Combos.
O objetivo, prosseguiu, é também "integrar todos os Estados e entidades participantes para sincronizar as ações" para enviar "o maior número possível de navios" para Gaza, tendo em conta as "limitações na receção e distribuição".
A carga da 'Open Arms' foi descarregada através de um cais temporário construído pela World Central Kitchen a sudoeste da cidade de Gaza e depois transportada por 12 camiões para distribuição no norte da Faixa de Gaza.
Os carregamentos de ajuda por via marítima são inspecionados à partida de Larnaca pelo exército israelita, que enviou tropas "para proteger a zona" durante o descarregamento da carga da 'Open Arms'.
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