Em comunicado, os membros do Conselho de Segurança reconheceram o "papel fundamental" da Comunidade das Caraíbas (Caricom) na facilitação de esforços para o Haiti superar a atual crise política e de segurança e instaram todas as partes a continuarem a promover um amplo consenso visando a organização de eleições legislativas e presidenciais "livres e justas, com a participação plena, igualitária, significativa e segura das mulheres e o envolvimento dos jovens".
Os Estados-membros condenaram ainda a violência e os ataques perpetrados pelos gangues armados no país e sublinharam a necessidade de a comunidade internacional redobrar os seus esforços para prestar assistência humanitária à população e apoiar a Polícia Nacional Haitiana, altamente sobrecarregada com a grave onda de crime.
Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, se pronunciou hoje sobre a situação no Haiti, tendo saudado a eleição dos representantes do Conselho Presidencial de Transição do Haiti num momento de crescente violência no país caribenho, que afeta especialmente a sua capital, Port-au-Prince.
"O secretário-geral saúda os relatos de que todas as partes interessadas haitianas nomearam representantes para o Conselho Presidencial de Transição. Ele apela a todos os esforços para manter o impulso e trabalhar de forma coesa para a implementação dos acordos de governação transitórios acordados na semana passada", disse o vice-porta-voz de Guterres, Farhan Haq, num 'briefing' à imprensa em Nova Iorque.
Sem eleições desde 2016, o Haiti não tem atualmente um Parlamento, nem um Presidente. O último chefe de Estado, Jovenel Moïse, foi assassinado em 2021.
O Haiti, o país mais pobre do hemisfério ocidental e cujo Governo prolongou até 03 de abril o estado de emergência na zona da capital, está à beira de uma guerra civil, que ameaça causar um desastre humanitário.
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